Fortemleitura no 1º ciclo
Esta segunda “Semana Laredo” no projeto Fortemleitura (que tenho vindo a abordar nas últimas publicações) tem permitido aferir o modelo de intervenção junto de alunos e professores nas Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas do Forte da Casa. Desta vez quero falar-vos sobre a sessão de dia 10 de março; trabalhei com um 3º ano e em contexto formativo com docentes e não docentes. A oficina teve lugar no ginásio da Escola Básica (1ºciclo) pois queria muito trabalhar o corpo e a palavra através de dois jogos, um de roda e outro de pista. O jogo de roda escolhido foi o “Zap, Zup, Boing”, muito utilizado pelos meus colegas Mediadores do Serviço Educativo do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. O jogo de pista é muito simples. Dispõem-se dois conjuntos de arcos coloridos em linhas paralelas; cada arco é uma casa, uma sílaba de palavra. Cada pequeno jogador evolui na pista de acordo com o número de sílabas da palavra que escolheu, que não poderá ser repetida, nem copiada pelos colegas. Todos ganham pois têm de cumprir a pista toda. Não é simples encontrar uma palavra comprida no meio da pressão do jogo... mas há sempre um otorrinolaringologista, um ornitorrinco ou um rinoceronte que nos fazem avançar rapidamente ao som das palmas que vão contando as sílabas. Eu e a Professora Titular da turma formámos naturalmente uma dupla colaborativa - cada um orientou a sua pista. Participaram na nossa brincadeira com as palavras dois amigos divertidos da Educação Inclusiva e uma linda menina do espectro do autismo que encheu a sala com as suas vocalizações (assinatura vocal) e andou às voltas pela sala, saltou de arco em arco mas que consegui parar (de vez em quando) na minha frente para fazer o jogo de roda. A auxiliar estava sempre a querer agarrar a menina que corria, corria, e eu a dizer, deixe, deixe. Ao fim de um tempo, já nos tínhamos habituado aquela presença agitada que parou assim que comecei a mostrar livros de imagem, ficou sentadinha logo na minha frente, participando alegremente, mas agora sem vocalizações. O resto do grupo seguiu cada página que fui passando respondendo aos desafios que fui lançando. De pé, as outras participantes da formação seguiam atentamente o que ia propondo. Estivemos naquele ginásio quase 2 horas – gostam mesmo de livros! A sessão terminou com poesia, claro.
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