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Vila Verde
dos Francos
13 de junho
As páginas
deste blogue têm sido boas auxiliares da memória, tento registar
regularmente as minhas vivências enquanto mediador artístico e,
neste caso, mediador do livro e da leitura. No fundo, estas oficinas
que estou a realizar no Agrupamento de Escolas da Merceana (Alenquer)
são oficinas improváveis,
seguindo um modelo surgido nas Bibliotecas Escolares de Torres
Vedras, que vou aprimorando. O primeiro grupo que recebemos na
Biblioteca Escolar da Escola Básica de Vila Verde dos Francos era
inclusivo, constituído por uma bela variedade de crianças o que
permitiu partilhar diferentes recursos de comunicação e mediação
leitora. Sentámo-nos em torno de uma grande mesa, crianças,
auxiliar e professoras e comecei a tocar uma caixinha de música que
todos puderam experimentar: Ai que difícil é dar à manivela de uma
coisa tão pequenina! De que lado a coloco? À direita ou à
esquerda? Depois começámos a folhear os livros em conjunto, livros
de cartonados, resistentes, próprios para alunos que não controlam
bem a força dos dedos, e que trabalham essa motricidade a par das
palavras, da história e da comunicação. Cruzámos
o “livro com um buraco” de Herve Tullet com o “Puzzles 3D”
(David Carter) e criámos uma escultura coletiva para uma praça
cheia de trânsito. Um dos alunos que está a começar a falar
sussurrou-me algumas palavras ao ouvido, usando o meu sussurrador –
fiquei tão contente...
De
tarde foi a vez de trabalhar com um 2º ano que resolutamente se
entregou à tarefa de encontrar os adjetivos correspondentes aos
emojis que apresentei colados numa folha de papel de cenário –
tratou-se do desafio Filactera
que
propõem também a descoberta intuitiva de verbos partindo de
onomatopeias, muitas destas vindas da linguagem da banda desenhada.
Para além de se trabalhar o léxico ativo, sempre vamos propondo
novos vocábulos e corrigindo os habituais erros de ortografia destas
idades. Sobretudo é um jogo divertido em torno das palavras.
23
de junho
De
regresso à Biblioteca Escolar de Vila Verde dos Francos, trabalhei a
metodologia Filactera
com
uma turma muito inclusiva do 3º e 4º ano. Dividiram-se em dois
grupos muito equilibrados. O nível da resposta foi bem elevado! Foi uma risada, imitar as vozes dos animais; ás tantas ninguém se lembrava qual era o verbo do burro… IÔN! IÔN! IÔN! Fartaram-se de trabalhar...No
meio de todas aquelas crianças, uma com PEA, cada vez que se
concentrava, acertava em cheio nos adjetivos; reparei como este aluno
estava tão bem incluído na turma, tendo sempre um par para
interagir com ele durante todo o desafio. Percebe-se que já existe,
há muito tempo, uma prática inclusiva nesta escola básica do
Agrupamento de Escolas Visconde de Chanceleiros (Merceana). Terminando a tarde, sentei-me à
mesa com a professora bibliotecária e os dois professores titulares
das turmas e conversámos sobre a atividade, o seu ponto de partida e
objetivos, encerrando o encontro com a análise dos livros
apresentados e que farão parte, em breve, do catálogo da
biblioteca. Foi uma boa surpresa, este trabalho com as Bibliotecas da Merceana.
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