Loulé: Curso Inclusão Museus e Bibliotecas



Decorreu de 22 a 24 de Outubro em Loulé, no Palácio Gama Lobo, mais uma edição do curso de formação “Museus e Bibliotecas – Públicos com Diversidades funcionais”,
um curso teórico/prático que pretende dar uma visão actualizada do trabalho que vem sendo feito de criação de acessibilidades e promoção da inclusão em estruturas culturais do nosso país. Trabalhei com técnicos da área cultural do Concelho, gente dos museus, bibliotecas e sítios classificados – um grupo diverso, interessado e participativo, que obrigou a uma ginástica dos conteúdos e uma atenção redobrada na construção de respostas práticas. Contei com o precioso apoio de Ana Carolina Galtarossa que já conhecia do projecto AAxEE. Ao longo de três dias intensos partilhei ferramentas e metodologias e espero ter contribuído para o aprofundamento da reflexão prática e construção de respostas no campo da mediação junto de pessoas com diversidade funcional. Neste curso falámos sobre as diferentes exclusões, caracterizando públicos e situações (Exclusão social associada a diversas dimensões - económica, cultural, religiosa, linguística, geográfica, ideológica - incluindo a que afeta pessoas com deficiência e, ou, incapacidade). 
Para além das acessibilidades físicas debruçámo-nos sobre a melhor forma de comunicar os nossos conteúdos a uma grande diversidade de públicos, estudámos alguns casos e respostas nacionais, e afinámos estratégias possíveis para tornar os nossos espaços culturais mais inclusivo. No caso das bibliotecas, apresentei diversos guiões de leitura e partilhei a colecção que, de momento, estou a utilizar com pessoas muito diversas. Referi alguns materiais não-livro e outros recursos que existem nos nossos espaços e podem ganhar uma segunda vida no trabalho para a inclusão (como o retroprojector). Mostrei, igualmente, como alguns recursos menos habituais têm feito o seu caminho na comunicação com crianças e jovens do campo do autismo. Falámos bastante sobre a relação dos museus e bibliotecas com: comunidade, a escola, instituições e as famílias. Propus algumas dinâmicas de corpo que ajudaram a descontrair o grupo e a focar intenções, contribuindo para o conhecimento interpessoal e diálogo colaborativo entre colegas das bibliotecas e dos museus. Aceito a crítica que me foi feita na avaliação: poderia ter “abusado” mais deste tipo de estratégias logo no início do curso. Gostei bastante do trabalho final – a elaboração de guiões de intervenção prática, pequenos projectos exequíveis para bibliotecas e museus de Loulé. Acabo de escrever estas linhas e fico com a sensação que deixei muitos conteúdos que fora - falámos de tantas coisas...
Experimentando o retroprojector


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