Bairro Leitor: Persistente, como combustão sem chama
"Uma biblioteca é uma casa onde cabe toda a gente" - Sessão de conto "Na boka note"
Fotografia de Clara Silva
Logo no início do trabalho do Bairro Leitor (Bairro do Casalinho da Ajuda, Lisboa - Bip/Zip), um dos problemas
identificados por promotores e parceiros do projecto, nomeadamente pela Academia de Jovens do Casalinho da Ajuda, era o evidente isolamento
da única escola pública do bairro, a E B Homero Serpa, face à comunidade
envolvente. Um ano depois, grande contraste este, que agora reconhecemos: ver a escola aberta, ocupada por uma formação que está a decorrer aos sábados, ou por uma sessão de
contos ("Na boka note") que fez entrar pela porta da frente um pequeno grupo da comunidade de
origem cabo-verdiana, na última sexta-feira… Acreditamos que o desenvolvimento da
Biblioteca do Bairro, transformando gradualmente a biblioteca escolar, vem contribuindo para esta mudança, melhorando a vida do bairro e desenhando um modelo saudável e sustentável. Para tal, a par das sessões de mediação em torno do livro da leitura e das artes, contámos com a presença regular de uma mediadora, formadora e bibliotecária, em cooperação estreita com as professoras bibliotecárias, os docentes e não docentes da escola, a gestão do agrupamento, com envolvimento directo da Academia de Jovens do Casalinho da Ajuda, da agir XXI e da Estal. A biblioteca do bairro, gerada e nascida na escola, poderá assumir-se como plataforma de mediação para todas as literacias, propondo-se à comunidade
envolvente.
Gesta lenta e persistente, como combustão sem chama.
"Ler, escrever e contar" - Formação da Biblioteca do Bairro/Casa das Artes, creditada pela ESTAL
Primeira sessão 07/10/2017
A formação, que começou no
sábado passado e se prolonga no próximo, incide sobre práticas de mediação da
leitura, do livro ao conto, passando pelo corpo com destaque para a voz, o
movimento e a escuta. A compreensão do fenómeno da leitura em contexto de
comunicação com o outro é fundamental em qualquer acto de mediação cultural.
Comecei o curso com algumas dinâmicas simples (micropedagogias) muito úteis na
gestão de grupos; de seguida, partilhei diferentes livros e sobre eles debatemos,
trabalhámos e levantámos questões incontornáveis em educação no contexto dos
bairros. Parceiros do projecto envolvidos diretamente na proposta: Estal - Centro de Formação, Laredo Associação Cultural e Agrupamento de Escolas Francisco Arruda. O grupo participante está bem composto por docentes, mediadores da leitura, técnicos da Rede de Bibliotecas Municipais de Lisboa (BLX), uma professora bibliotecária e uma mediadora da associação local Academia de Jovens do Casalinho da Ajuda. Um curso intenso, com um belo ambiente....
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