Bairro Leitor: Até de olhos fechados escrevo poesia!

“Ainda não tinha conseguido que escrevessem alguma coisa este ano”… desabafou a professora, já perto do final da nossa sessão na biblioteca do Bairro Leitor (Casalinho da Ajuda). Fui ajudado por três professoras (ainda bem!), na tarefa de levar a “Máquina da poesia” a duas turmas agitadas mas com algumas estrelinhas: um pequeno grupo muito trabalhador e criativo do 4º ano que cooperou bem e “contaminou” com interesse os colegas menos focados (com maiores dificuldades). Propus a organização em tandem, assim ajudavam-se mutuamente na correção de erros ou na procura das palavras. Comecei por dizer alguns poemas disparatados de Fernando Pessoa a Álvaro de Magalhães e mais algumas brincadeiras minhas. Lá fomos para o papel de cenário, enchendo os espaços com as palavras que conhecíamos, sempre em dupla e … agitadamente. Depois foi a brincadeira da venda nos olhos … e lá começaram a surgir pequenas frases poéticas. Houve crianças que nem sequer entenderam o enunciado da minha brincadeira… Acho que vou promover algumas dinâmicas de focagem e colaboração na próxima sessão, para combater a dispersão interior destas crianças, a que não é estranha a sua origem cultural (étnica). No final apresentei a ferramenta que nos vai ocupar a próxima sessão: O sussurrador! E foi vê-los a sussurrar o que tinham escrito, uns aos outros, até em estéreo. É verdade, a professora requisitou um livro de poesia para a infância de Fernando Pessoa para releitura na sala de aula...

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