Roda viva

A equipa das Necessidades Educativas Especiais do Centro de Arte Moderna tem andado numa roda viva neste mês de outubro. Primeiro com o encontro (fórum) “Descobrir a Diferença” que teve lugar no sábado passado no edifício sede da Fundação Calouste Gulbenkian, depois em Setúbal com uma meta-oficina promovida pela Câmara Municipal, sobre o rosto e a identidade e, agora, em Viseu (Teatro Viriato) de onde vos escrevo, com o curso “mediar públicos com necessidades educativas especiais”. Não estávamos à espera de uma grande adesão ao fórum “Descobrir a diferença”, mas a sala encheu-se com um debate vivo. Faltam espaços para troca de ideias entre pais, técnicos e professores; foi isso que sentimos. A nossa convidada Ana Salgueiro foi respondendo às questões que lhe foram sendo colocadas: o debate rodou, primeiro em torno das questões da comunicação e convivência entre pais, técnicos, professores de ensino especial e claro, sobre a escola no seu todo. Falou-se de inclusão e da legislação portuguesa, considerada por Ana Salgueiro como muito avançada no universo europeu. Socorro-me de algumas notas da minha colega Margarida Rodrigues para avivar a memória: falou-se de intervenção precoce, tema forte para Ana salgueiro, tendo sido referido um ponto que me chamou a atenção: “Frequentemente, são as educadoras de infância que reconhecem os primeiros asinais da diferença, sobretudo no que diz respeito às perturbações do espectro do autismo.”Leio, nas notas da Margarida: “que a intervenção precoce volte a trazer a relação entre técnico/medico/família/professor… para que em vez de estar tudo dividido e espartilhado, numa situação em que os pais/família são quase como bola de pingue-pongue, passe a estar tudo incluído num mesmo todo, com mais relação e apoio.” Na primavera voltaremos a promover mais um fórum, desta vez com a presença dos “Pais em Rede”- a urgência, obriga-nos.Em Setúbal o interesse pelas nossas ideias tem aumentado – esta é a segunda vez que fazemos uma intervenção formativa pela mão do Município. Quero agradecer à Sónia Eleutério o carinho com que nos recebeu, mais uma vez, em Setúbal. Soube bem sentir a reação de aprovação daqueles formandos experientes à nossa abordagem das questões da identidade, sua representação e relação com o corpo que a habita. Se tudo correr bem, voltaremos. Em breve vos darei conta do nosso trabalho aqui em Viseu. Até já. 
Corpo e identidade...

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