"Leitura furiosa" em Beja
De volta dos livros na Biblioteca de Serpa
Sessão na Cáritas
A “Leitura
Furiosa” propõe o convívio entre escritores e leitores fartos do estado
habitual das coisas. Esta poderia ser uma definição, claro. Mas a proposta não se esgota no enunciado, ela
ganha corpo na relação direta com as pessoas que ela toca. Imaginemos...
Um primeiro
momento em que o escritor conversa com leitores (ou não…), absorvendo ideias e
colecionando histórias, algumas de vida ou às vezes apenas episódios coletivos
que surgem no momento. Levando consigo este material recolhido, o escritor
isola-se no labor das palavras. Estamos numa sexta feira e o encontro com o
grupo foi de manhã e de tarde. No meu caso um conjunto de pessoas apoiadas pela
Cáritas Diocesana de Beja, vulgo: “Sem abrigo”. Levo comigo o que consegui
reter num conhecimento quase rápido. Durante a noite e madrugada o texto
literário terá que estar pronto para enviar para a execução gráfica e para a
coordenação do projeto instalada na Casa da Achada (Centro Mário Dionísio). (Escuso
aqui de falar da Eduarda Dionísio, alma de toda esta ideia) Este mesmo frenesim
acontece em diversos locais do país e fora de aqui, naquilo que chamamos
Europa. O meu texto seguiu de um quarto da pensão Bejense, por volta das 3 horas
da manhã, sem ter podido dormir com ele. Reconheço-lhe, pois, algumas
fragilidades na escrita. Mas não importa. Na manhã seguinte, às 10 da manhã
estava na Caritas para ler o texto aqueles que gentilmente me cederam pedaços
de si para que os pudesse tecer sem demora. Gostei dos sorrisos e da mudança
das expressões de que se reconhece na matéria escrita. Estava completa esta
fase da “Leitura Furiosa”. Começa aqui outra aventura do texto ao ser entregue
à ilustradora de serviço que interpretará e acrescentará com o traço as
palavras imperfeitas do escritor. Tem pouco tempo, apenas um par de horas que
se revelam suficientes para a tarefa plástica que desempenha com mestria. Texto
e ilustração seguem para execução gráfica e impressão.
Hoje de tarde
fomos a Serpa visitar a Biblioteca Municipal com anfitrião afetuoso. Miguel mostrou
os cantos à casa, simulou pesquisas de modo acessível e brindou-nos com uma
cantiga e histórias. Há gente muito bonita no nosso país…
Amanhã, pelas
15h30, será o momento de partilha com a comunidade: leitura de textos,
apreciação sorridente do objeto cheirando a impressão fresca.
No meio de tudo
isto, conversei com gente desabrigada, almocei e gracejei. Se lerem as linhas
que escrevi (num próximo post), vão entender. Ana, a técnica da Cáritas
esteve sempre presente, ombreando com a Cristina Taquelim que se revelou ser a
mulher que não dorme. Tenho a certeza de que a festa vai ser bonita. Quero
muito ver o livro pronto!
Miguel, a Biblioteca Municipal é que agradece a vossa presença e as tuas gentis palavras. Foi muito bom ter-vos cá.
ResponderEliminarMiguel Bentes
E em breve, na tua caixa de correio um "Pinok" para deleite dos leitores mais novos de Serpa! :)
EliminarJá não passava por aqui há uns tempos. Vim hoje! Em boa hora!
ResponderEliminarPor um lado, senti um certo gosto amargo, ao ler a 1ª notícia (saída do Cata Livros); por outro, fiquei encantada com todos os projetos e textos...
Estou curiosa e desejosa de "leitura furiosa"!
Mais!
Também quero um Pinok! Já me fez muita falta! (Estará em algum pavilhão da Feira do Livro? ... Outra sugestão?...)
Um abraço, Miguel Horta!