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Tapada das Mercês: O Senhor Conde lendo a sua história de vida aos outros companheiros de projeto. |
Pegar pela Palavra é parte integrante do projeto
A Cultura sai à Rua – Câmara Municipal de Sintra
Surge através da candidatura Cultura para Todos,
integrada na Ação 11 da operação Lisboa-06-4538-FSE-000016
Idade Mais - Estratégia Municipal para o Envelhecimento Ativo e Saudável,
cofinanciada pelo Fundo Social Europeu
Em final de Agosto escrevi estas linhas
como contributo para um relatório
Ficam como balanço a meio do caminho
Foram
realizadas 15 sessões junto dois grupos de seniores em duas
localizações distintas do Concelho de Sintra, um Tapada das Mercês
e outro em diversas coordenadas da com na União das Freguesias de
Montelavar, Pêro Pinheiro e Almargem do Bispo. Todas as
sessões tiveram o precioso apoio dos técnicos locais, quer da
UFMPPAB, da Câmara Municipal de Sintra ou da Fundação Aga Khan
Portugal, parceira do “Pegar pela Palavra”, designação criada
para identificar este segmento do projeto “A Cultura sai à rua”
da responsabilidade do Município de Sintra. Miguel Horta (Laredo Associação Cultural), mediador
cultural/contador de histórias associado à iniciativa, tem
promovido o trabalho colaborativo, sendo o rumo do projeto construido
a várias vozes, sobretudo a dos idosos que dele beneficiam. Depois de
um conjunto de sessões iniciais que promoveram o conhecimento mutuo
e a partilha dos objetivos pensados para o projeto, começámos, de
imediato, a escuta crescente do contributo dos seniores que um a um
foram contando histórias pessoais, locais ou da tradição oral,
lendo poemas, proferindo pensamentos e adivinhas e ainda, recordando
canções. Aos poucos os grupos foram-se consolidando nas duas
localizações geográficas, a velocidades diferentes, assumindo cada
um uma personalidade própria; uma caraterística mais rural na
UFMPPAB e mais urbana na Tapada das Mercês. Face à proposta de
apresentação coletiva do trabalho dos diferentes grupos prevista
para o Centro Cultural Olga Cadaval, os idosos participantes têm
vindo a combinar a melhor forma de partilhar o que têm produzido e
selecionando os textos /palavras com que se sentem mais à vontade
para apresentar em público no dia 30 de Novembro do projeto. Os técnicos
presentes têm feito o registo iconográfico das sessões bem como
pequenos vídeos que expressam bem o ambiente positivo das sessões.
O trabalho desenvolvido gerou um conjunto
de reflexões produtivas que são
úteis para o desenvolvimento atual deste projeto
e que se projetam para o futuro, num conjunto de recomendações que
permitirão a continuidade e aprofundamento dos objetivos
estabelecidos. A continuidade, a permanência da resposta, dá
segurança aos mais velhos; uma espécie de permanência fiel do
serviço público. Um dos
objetivos e talvez o mais central, afirma a necessidade de dar voz
aos mais velhos, dando força ao seu papel no seio da família e da
comunidade. Ora o que podemos afirmar é que os seniores aproveitaram
nesta oportunidade e pegaram na palavra, constituindo grupos que
parecem ser “clubes da palavra”, onde apresentam a sua grande
criatividade. Algumas
necessidades e soluções surgidas no desenvolvimento do projeto
prendem-se com a partilha do que foi produzido, com destaque para o
trabalho em torno da literacia digital, pois torna-se necessário
passar os textos para o computador ou gravar depoimentos e
intervenções dos não alfabetizados. A meu entender, este trabalho
de contínuo registo das palavras dos mais velhos faz parte do
esforço de preservação da memória local que não se esgota no
final desta iniciativa Camarária. Tem sido referido ao longo das
sessões a possibilidade de criar um lugar digital (privado ou
público) onde se pudesse partilhar a produção criativa, sendo
moderado pelos técnicos envolvidos na iniciativa. Também, a
possibilidade de promover um encontro entre os dois grupos de
seniores participantes é vista por todos com bons olhos. Na última
sessão em Montelavar, levantou-se a possibilidade de fazer uma
sessão pública num dos cafés da terra, de apresentação dos
textos e outros materiais surgidos, atraindo assim outros seniores à
nossa proposta. Gostaria de sugerir a continuidade dos estágios profissionais ou
escolares durante a realização deste projeto – trata-se de uma
oportunidade única de capacitação no terreno. Este projeto também
levanta a necessidade de criar pequenos núcleos de Biblioteca, nas diferentes aldeias por onde temos passado, com
material livro e não livro, bem adaptados às características de
cada grupo (“Perfil Leitor”).
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