Última tempestade no Museu

9 de Maio 2022

Foi a última sessão (este ano letivo) de “A tempestade”, visita/oficina de desenho dedicada a públicos com diversidades funcionais, no Museu Gulbenkian. Um mergulho na obra de Turner, em que o desenho é o meio de expressão eleito para interiorização do apreendido. Compareceu um grupo da AIPNE muito plural, às vezes ancorado em mundos distantes, o que me obrigou a ser bastante dinâmico e expressivo na comunicação. Quando nos sentámos no chão para desenhar, todos tinham aderido à proposta; de repente, só se escutou o barulho da grafite riscando rapidamente o papel (a ventania) e por vezes, leves pancadinhas no momento em que representámos a chuva. Depois vieram aquelas grandes vagas que empurraram o barco contra os rochedos e o grafite falou depressa e onduladamente.  Como despedida, pegámos nas cartolina abanando-as com força e simulámos, em conjunto, o rugir dos trovões na galeria de exposição. Gostei. Até para o ano.
Um desenho captou a minha atenção. Numa folha de papel, um jovem com PEA1 organizou uma tempestade, num desenho de expressão completamente contemporânea. O mundo organiza-se de forma específica no âmago de pessoas singulares.

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