Janeiro em Movimento 14-20



O Movimento 14 -20 (Plano Nacional de Leitura) Forte da Casa  (Agrupamento de Escolas do Forte da Casa)retomou o seu trabalho, depois das festas, com sessões de formação e mediação com os jovens das duas turmas PTAI, o 10º e 11º. Queremos formar leitores activos que contaminem outros colegas da escola; para isso há um longo caminho a percorrer, que já vem do ano letivo transacto, numa viagem pela leitura e pela mediação. O grupo de docentes que participam neste projeto não para de crescer, fruto da presença activa da Professora Bibliotecária. Contamos com a parceria com a Casa da Juventude do Forte e com a Biblioteca Municipal pólo da Quinta da Piedade (Póvoa de Santa Iria).
Estas turmas PTAI (Curso Profissional de técnico de apoio à infância) têm uma composição variada, sendo frequente a inclusão de alunos sinalizados pela educação especial e uma grande variedade humana, uma característica distintiva do Agrupamento de Escolas do Forte da Casa, o que torna muito interessante o trabalho. Infelizmente, como em quase todas as escolas do país, faltam auxiliares de educação o que torna o trabalho da Biblioteca Escolar muito difícil.
A primeira fase deste projecto é a sedução para a leitura de jovens que, tendencialmente, trabalharão com primeira infância. Os hábitos de leitura são, no geral, fracos e dou-me conta que, que nas suas infâncias, pouco contactaram com livros de qualidade. Na segunda fase, os que estão agora no 11º ano, começam a ter contacto com os princípios básicos da mediação do livro e da leitura, através de sessões muito práticas. Depois será feita uma escolha pessoal de livros que gostariam de apresentar, de seguida aprenderão a mediar essas obras, estando prevista uma sequência de intervenções diretas junto das crianças dos primeiros anos do Ensino Básico do agrupamento. Por fim, no próximo ano, teremos a fase de contaminação leitora, entre pares, efetuada essencialmente pelos estudantes que estão agora no 11º ano.
De momento estamos a trabalhar os contos e pequenos textos com os jovens do 10º ano, lendo em voz alta e escolhendo aqueles que mais lhes agradam, com que mais se identificam. Também o 11º ano ano está a trabalhar livros e textos previamente escolhidos pelos alunos numa grande variedade de formatos, onde não falta um jogo com palavras inventadas – estamos a treinar...
Vou constatando algumas alterações que me fazem sorrir. De repente, revela-se uma outra
realidade na composição da colecção do secundário – começam a chegar livros infantojuvenis (da poesia aos álbuns passando pelas histórias para o jardim de infância), fruto do trabalho específico com os alunos, futuros auxiliares de educação - afinal, é o seu material didático. E o gozo que me deu, quando uma aluna do 11º pegou na antologia poética de Alexandre O'Neill e copiou alguns versos para o seu caderno, partilhando, de seguida, a sua descoberta? Estes momentos na biblioteca podem parecer caóticos, nada parecidos com uma aula regular, mas o projecto é assim mesmo. Apercebi-me da grande dificuldade de articulação entre docentes, harmonização de horários e circulação da informação; acho que são dores de crescimento de uma metodologia pouco habitual, com epicentro na Biblioteca Escolar. Não posso deixar de expressar a minha gratidão à mão cheia de professores que embarcaram nesta aventura – só lhes peço paciência e encantamento.
No dia 11 de Março terá lugar uma espécie de ensaio geral do trabalho desenvolvido.


Comentários

  1. Grandes fotografias - quem foi o artista? Duas corrigendas: a Biblioteca Municipal da Quinta da Piedade fica na Póvoa de Santa Iria e a Casa da Juventude parceira é a do Forte da Casa, todas (como a Escola) do concelho de Vila Franca de Xira, um dos mais populosos da Área Metropolitana de Lisboa (Portugal).

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