Escola da Sarrazola: Pessoas especiais.
Muito concentrados. O Rodrigo tem sido
o motor deste Clube inclusivo de banda desenhada da Escola da
Sarrazola (Colares). A banda desenhada é a sua área de especialidade
e o veículo para dialogar com o mundo de forma protegida, sempre com
o apoio dos seus super heróis. Quando desenha e atribui um texto -
resolve a vida. Na última sessão consegui ver um dos seus cadernos
– tinha desenhado cada um dos colegas e criado uma personagem de
banda desenhada para cada um deles. Acho que em breve vão aparecer
nas sequências desenhadas. Aos poucos, a partir do desenho vou
percebendo que este rapaz tem um conhecimento do mundo profundo e
capacidades criativas muito variadas: da música ao desenho, passando
pela escrita. É uma pessoa muito singular!
Partindo da banda desenhada, fundámos
este clube com apoio de diferentes docentes e da psicóloga da
escola, sendo a coordenação do projeto da professora de educação
especial Decas Novo. Nem sempre é fácil articular os diferentes
horários dos alunos e docentes do 2º ciclo. Agora propus um
alargamento do horário para poder dar apoio mais efetivo aos outros
alunos não referenciados que têm demonstrado uma maturidade
assinalável no decorrer do projeto. Gostaríamos que cada um dos
participantes tivesse uma “prancha” (de banda desenhada) pronta,
no final do ano letivo.
Outro participante especial do nosso
grupo ainda terá que dominar o seu mamute mal comportado, sempre de
comportamento desajustado. Leva tempo até se poisar no branco do
papel e concretizar uma ideia, daí a importância do trabalho em
torno do foco. No caso deste aluno conversamos muito, sobretudo
perguntando, escutando o significado das respostas – procuramos que
a conversa o ajude a poisar sobre o desenho. Muitos destes desenhos
são projetivos – ás vezes pergunto-lhe se o “outro” (por
exemplo um colega) vai entender o que ele escreveu e desenhou...
faz-se um silêncio eloquente. É sempre a criança que decide o seu
momento de comunicação plena; nós estamos ali, por vezes à
espera, outras vezes estimulando, na maior parte das vezes,
procurando entender na totalidade. Tudo o que se conquista, é bem
vindo... “Agora, olha lá para mim, para os meus olhos”
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