"O que nos diz um retrato" - Museu Gulbenkian



Este ano letivo, a visita oficina “O que nos diz um retrato” tem acontecido na Coleção Moderna do Museu Gulbenkian, gerando novos resultados, de acordo com o acervo abordado. A informação sobre as peças visitadas é adaptada à especificidade de cada grupo, neste caso que vos vou falar, doença mental, um grupo de amigos do Instituto Condessa de Rilvas, nossos vizinhos. O grupo é sempre conduzido pela minha colega Teresa Barreto, companheira de longa data, nestas andanças. A visita oficina desenvolve-se em dois dias, sendo o último dedicado ao trabalho de ateliê (expressões). No primeiro dia deambulámos pela escultura (bustos) `sondando as expressões dos rostos e atribuindo-lhe uma palavra que as pudesse definir – um trabalho de foco, nem sempre fácil à primeira. Nesse mesmo dia, subimos à galeria do primeiro andar para desvendar algumas histórias escondidas atrás dos rostos, corpos e situações retratadas no núcleo modernista e, sobretudo, na seleção de peças neorrealistas expostas. Terminámos a manhã em roda, em frente à peça S/Título (Amália # 6) de Leonel Moura. Todos reconheceram Amália Rodrigues e deram-se diferentes explicações para a palavra “Portugal”. Alguém disse que o vermelho da peça de Leonel Moura era a paixão, o fado. Lancei um desafio: “Qual é a vossa palavra mais importante? Aquela que tem mesmo a ver com cada um de vós”. Demorámos um pouco na troca de ideias, até que cada um encontrasse, naturalmente, a sua palavra. Depois, já na saída, fotografei cada um dos participantes, pedindo que fizessem uma expressão de rosto condizente com a palavra escolhida...
Começámos a segunda sessão em círculo, de novo em frente à obra de Leonel Moura. Fiz um exercício de memória, pedindo que cada um recordasse a palavra escolhida na sessão anterior. Depois de verbalizada entreguei uma montagem fotográfica do rosto mais a palavra, mas ainda sem a barra de cor. Então propus que cada um escolhesse uma cor pessoal. Já no ateliê, trabalhámos em torno das montagens, juntando a cor e, como última proposta, pedi que desenhassem uma situação que tivesse a ver com a palavra escolhida. Teresa Barreto propôs que desenhassem outras expressões de rosto ao lado da montagem/retrato. Com estas duas ideias, começaram os seus trabalhos que em breve terminarão na oficina do I C Rilvas.



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