Escutar é ser especial


No centro escolar da Ventosa (Agrupamento de Escolas S. Gonçalo/Torres Vedras), na sua Biblioteca Escolar decorre o projeto “Ler é ser especial” que pretende aprofundar o caminho que foi feito com o “Dilfícil Leitura” em torno da mediação inclusiva do livro e da leitura e seu efeito junto das crianças da Unidade de Ensino Estruturado e sala de Multideficiência. Um novo desafio da professora bibliotecária Joana Rodrigues, que resolvemos abraçar. Trata-se de um trabalho de laboratório, muito horizontal, com os professores de educação especial, auxiliares de educação, mediador da leitura e professora bibliotecária e, claro os alunos, trabalhando a par com os seus colegas da turma. A intenção é de pesquisa e profundamente inclusiva. Na última sessão, que decorreu a 22 de fevereiro, trabalhámos a literacia auditiva, a escuta ativa e a construção de narrativas, partindo da metodologia Dos sons nascem histórias (Apresentada pela primeira vez no projeto Tásse a ler/Alto Minho). São várias narrativas sonoras onde não existe nenhuma palavra em português mas que propõem horizontes interpretativos diferentes, tão diversos quanto o número de pessoas presentes na sala. São uma espécie de álbum sem texto, construído apenas por sons. Costumo trabalhar com estes trechos junto de crianças e adultos cegos, mas também com pessoas do universo autista. Mais uma vez o resultado foi surpreendente, talvez pelo facto de os sons estarem isolados, destacando-se claramente; as condições de escuta na biblioteca também são muito boas. Uma das gravações vai ser trabalhada com maior profundidade pela professora Isa Sá, para promover a comunicação (competência da palavra) com grupinho específico. Logo vos diremos como correu….

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