Bairro Leitor Janeiro

Um jovem artista do bairro, Mauro, assinala com uma pintura o local onde antes podíamos ver cavalos, lá no Casalinho da Ajuda
Nas minhas deambulações pelo bairro do Casalinho da Ajuda, no contexto do projeto “Bairro Leitor” (Bip Zip) deparo-me com detalhes curiosos que revelam dinâmicas próprias dos habitantes. Todos os dias vou conhecendo mais um pouco. Nota-se a vontade de construir um bairro mais amigável para todos e com uma convivialidade serena mas, nem todos os residentes têm essa visão para o futuro. A pobreza vem sempre de mão dada com índices baixos de literacia – aqui começa o nosso desafio. No dia 20 de janeiro vamos realizar um encontro/conversa no Café do senhor Fernando em torno da história do Povo Cigano. Garantem-me que os residentes, que a maioria dos ciganos vizinhos desconhecem a longa história da sua diáspora. Tenho lido, preparando-me para partilhar alguma informação, esperando que a comunidade Cigana adira á nossa proposta. Segundo a minha companheira de projeto, Maria José Vitorino, seria interessante ter um fundo local que refletisse esta comunidade numa futura biblioteca híbrida comunitária. 
A Maria José Vitorino, junto com a Professora Bibliotecária Lurdes Caria, com a colaboração do parceiro Academia de Jovens do Casalinho, está a dar vida à Biblioteca Escolar da Escola Básica do Casalinho, organizando a coleção e intervindo junto dos alunos PIEF. Sei que estão a preparar uma surpresa para a Semana da Leitura… Tenho apoiado a Academia de Jovens do Casalinho no seu processo de enraizamento e dinâmica local. De momento estou a fazer o logotipo da associação, que elegeu o galo da torre da Ajuda como símbolo para o seu trabalho junto dos jovens (depois logo mostro o boneco...). É como se estivesse a esvoaçar em torno do objetivo…  De repente lembrei-me do projeto PO5, nos idos do pós 25 de abril, que promoveu o planeamento familiar em terras da Beira Alta, junto da comunidade de Farejinhas (Castro Daire) – Os mediadores para a saúde não começaram logo pelo tema central, escutaram e propuseram a resolução de outros assuntos (problemas locais), criando recetividade para o cerne a trabalhar mais à frente. Assim tem sido, igualmente, aqui no Casalinho da Ajuda: primeiro o logotipo, a formação, a escuta e o diálogo, depois virá a ação, mais coerente.

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