Recordando Eduardo Pontes
Quase pronto, o mural...
Ontem o Eduardo Pontes teria celebrado connosco o seu
aniversário no bairro da Cova da Moura. Mas ele já partiu. Na mesma, cantámos-lhe
canções do Zeca, tentámos entoar em coro “os vampiros”, canção de que ele muito
gostava, como nos recordou Jakilson Ramos. Também o nosso perito de experiência
(agora mediador cultural de corpo inteiro) sabe que um livro na mão de uma
criança do bairro é uma poderosa promessa de transformação do quotidiano.
Lembremo-nos, pois, que o Moinho da Juventude foi construído em cima desta
convicção de formar jovens, leitores, possuidores de opinião própria. Contribuí
com um pequeno conto para esta festa simples que organizámos na Biblioteca do
Moinho e que reuniu uma mão cheia de gente, pequenina e grande, recordando o “Senhor
Eduardo”. Gostei de escutar o LBC Soldjah, jovem acordado para a realidade de
uma sociedade Portuguesa que ignora os verdadeiros obreiros, de mãos nuas, das
suas construções públicas, verdadeiras “obras de regime”. Quantos operários
crioulos trabalharam nas pontes, na expo, continuando a fazer parte do tecido
laboral deste país, sem que a nossa sociedade lhes reconheça o valor e lhes
respeite princípios básicos de cidadania? Aconteça o que acontecer a identidade
do bairro deve permanecer e todos temos o dever de nos empenharmos em
profundidade na tarefa da educação…pois como dizia Amílcar Cabral: “As crianças
são as flores da nossa luta e a razão do nosso combate”.
Guiné e Cabo Verde...
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