Luísa Ducla Soares e um rapaz que tinha um robô
Pois uma das
pessoas que mais entusiasmou o bichinho da escrita que já andava a remoer por
dentro de mim, foi a Luísa Ducla Soares. Tudo isto começou com o desafio de ilustrar
“O rapaz e o robô”… depois continuou em cada oportunidade de convívio que foi
aparecendo. Certa vez, no dia mundial do livro, no Palácio Galveias (rede de
bibliotecas municipais de Lisboa) tive uma tarefa difícil: a Luísa ia dizendo
os seus poemas às crianças e eu tinha que ilustrar ao mesmo tempo (“em tempo
real”) numa grande folha de papel de cenário com uma mina grossa de grafite na
minha mão…Acho que me safei…
Outra vez fomos
a uma escola, um daqueles colégios mais ricos e a Luísa segredou-me: “Agora vão-nos
pedir autógrafos e fotografar com os seus telemóveis. Sabes que quando vamos às
escolas dos bairros pobres, as crianças nos pedem beijinhos?” E eu fiquei-me
com aquela, dita ali no meio de uma multidão de crianças ruidosas que logo
começaram a fotografar estendendo livros e papelinhos para que escrevêssemos os
nomes. Uns meses mais tarde, no bairro das Galinheiras, fui ilustrar e dizer
algumas das minhas maluqueiras aos miúdos do bairro. No final cercaram-me com abraços,
pedindo-me beijinhos. Beijei muitas crianças nesse dia, mas sempre com uma
lágrima teimosa a querer espreguiçar-se nos meus olhos.
Ilustrações para "O rapaz e o robô" de Luísa Ducla Soares
há pessoas capazes de nos inscrever na pele sentimentos que vivem e são depois uma parte de nós, mais aquela outra pessoa - para sempre.
ResponderEliminarA Luísa Ducla Soares tem a magia de o fazer em nós adultos e mais ainda nos meninos e meninas que a descobrem nos livros e na vida.
...e o Miguel Horta também:)
Obrigada
Sara
Obrigado Sara pelas palavras! Volta sempre aqui ao Laredo. :)
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