Tinha uma pedra para desenhar
A oficina esgotou. A sala encheu-se de gente animada e faladora de várias gerações e motivações. Comecei por fazer uma visita guiada à exposição, falando um pouco sobre a génese deste ciclo de trabalho, mas deixando bastante espaço para a inevitável e fascinante interpretação individual dos presentes. As crianças colaram o nariz ao vidro da vitrina que contém algumas pedras e objetos encontrados à beira do Mar, “no meio do caminho”. Comigo tinha uma pedra inventada (cascalho e nylon) que passou de mão em mão enquanto ia falando sobre o tempo da geologia e o aparecimento de novos materiais que a natureza tenta integrar dolorosamente. Sobretudo, deixei que cada um vivesse a exposição à sua maneira.
Depois começou a oficina. Um grupo divertido de alunos de Arte do secundário ocupou uma mesa mais afastada onde foram surgindo desenhos, que começaram pelo tema da pedra e terminaram com vigorosas personagens desenhadas a lápis de cor. As famílias encheram a sala de risadas e a experimentação foi descontraída; os adultos também se fartaram de criar .Uma senhora mais velha que queria aprender mais sobre desenho ficou ao lado de um Pai e uma filha que, serenamente, utilizaram o carvão, usando os dedos e as “borrachas miolo de pão”. Ainda dei uma mãozinha a uma senhora que estava com a filha ( desenhavam bem!); absorveram as minhas sugestões, fazendo surgir desenhos muito bem concebidos. Gosto do ambiente destas oficinas!
A exposição encerra no Sábado, dia 6 de Abril.
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