Pegar pela Palavra em Pêro Pinheiro

 


Pegar pela Palavra é parte integrante do projeto
A Cultura sai à Rua – Câmara Municipal de Sintra
Surge através da candidatura Cultura para Todos,
integrada na Ação 11 da operação Lisboa-06-4538-FSE-000016
Idade Mais - Estratégia Municipal para o Envelhecimento Ativo e Saudável,
cofinanciada pelo Fundo Social Europeu

Apesar da canícula que se fazia sentir no dia 13 de julho, o fiel grupo de participantes do Pegar pela Palavra da União das Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar acorreu ao auditório da Junta de Freguesia, no mercado de Pêro Pinheiro. E trouxeram mais uma mão cheia de amigos para a sessão de contos convocada para esse dia. Comecei por contextualizar a ação no contexto da iniciativa A Cultura sai à Rua (Câmara Municipal de Sintra) e lá fui contando algumas histórias, sobretudo da tradição oral até que fui interrompido pela participação de um dos nossos seniores, com um poema da sua lavra, e de seguida, logo outro amigo nos fez rir com o poema/história do casamento de uma franga lá na sua capoeira. Os nossos participantes tinham tomado o poder da palavra em plena sessão! A minha colega mediadora local olhou para mim surpreendida e eu sorri como se lhe estivesse a dizer: é deixar andar livremente... E foi tão belo e forte aquele pegar pela palavra que todos ficámos surpreendidos. Imaginem que até cantaram um poema de um dos participantes num coro afinado!


Acho que uma boa parte do sucesso desta iniciativa se deve ao empenho da UJFAPM, sempre com a presença da Ana Varandas e do João Francisco que junto com a Tânia Tobias (CMS), vem cuidado da logística e contatos desta iniciativa. Bem sei que vai ser difícil coordenar tanta criatividade no encontro previsto para o Centro Cultural Olga Cadaval (30 de Novembro) mas fico muito contente por ver surgir tantas palavras num ambiente que sessão a sessão se vai tornando mais familiar. A cada encontro vou insistindo na necessidade de todos escreverem “no computador” os seus trabalhos literários, o que levanta a questão sobre a existência de uma resposta local ao nível da literacia sindromática, para preservar e valorizar o labor dos mais velhos. Gostaria de vos falar de uma fantástica participante que não sabe escrever mas é uma poetisa repentista de primeira mão, quase ao estilo de António Aleixo, que bem merecia ser gravada, ou passada a escrita como Tossan fez com o grande mestre da poesia popular. Para além de tudo isto, esta Senhora inventou uma linguagem de símbolos (gráfica) que utiliza para deixar recados a amigas que entendem bem o que lá vem escrito, com aqueles hieroglíficos. (mas afinal, que é saber ler e escrever?)

Ao longo destas reflexões que irei publicando, espero conseguir referir a participação individual de todos os amigos presentes. Todo este movimento criativo leva-nos a algumas conclusões e recomendações, por exemplo, a criação de um espaço on line que vá publicando a produção escrita e dita (gravada) destes seniores; quem sabe, talvez uma publicação (impressa e cuidada) das suas contribuições artísticas... Na ocasião, ofereci um dos meus livros ao coletivo, entregando o livro à mediadora local, logo um dos participantes se quis apropriar da oferta. Percebi que não existe uma biblioteca associada a este trabalho da Junta de Freguesia – talvez fosse a altura de começar a pensar na criação um pequeno núcleo, um pequeno armário em cada um dos espaços onde nos temos vindo a reunir.

A próxima sessão está marcada para dia 27 de julho ás 15h.00 no Centro de Dia “Os Sabugenses”.







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