Abrantes.
Mais uma
oficina do Caça Texturas,
uma
iniciativa da CIM Médio Tejo
programa
“Caminhos das pessoas”.
Faço esta
oficina há 20 anos, sem nunca me cansar. As pessoas são o mais
importante nesta intervenção artística; conversar, sentir o grupo,
ver gente a trabalhar descobrindo-se e construindo colaborativamente.
O resto são os sentidos, o tato, o olhar e a estética no momento da
descoberta. Ao caçar texturas pela cidade, de grafite e papel nas
mãos, vamos desvendando a cidade invisível, construindo uma espécie
de cartografia tátil de lugares que nos são familiares. E lá vamos
interagindo com os vizinhos, os transeuntes – alguns juntam-se ao
grupo e começam a riscar com um lápis de cera colorido. Eu sei,
também se fazem amizades enquanto surge na grande folha de papel de
cenário uma textura gigante no chão - 6 metros quadrados de calçada
com tampa de ferro incluída.
Foi assim
em Abrantes, uma cidade que tenho vindo a conhecer ao longo dos anos,
pela mão da Biblioteca Municipal. Desta vez a escrita, foi o registo
do chão e das paredes. Começámos da melhor maneira com um grupo de
alunos de uma turma PIEF que, na sexta feira 15 de Outubro, se
divertiu connosco no centro da cidade. Gostei destes jovens. O
trabalho seguiu pela tarde com um grupo do ensino básico e, no dia
seguinte, terminámos a manhã com um grupo familiar, riscando no
largo Dr. Ramiro Guedes e na rua pedonal Infante Dom Henrique, sob o
olhar curioso dos abrantinos que aquela hora tomam café nas
esplanadas. A “caçada” terminou à tarde com uma divertida
alcateia de escuteiros do AEP a que se juntou um grupo familiar muito
dinâmico. Produziram-se belos desenhos que, estou certo, vão dar
uma bela exposição na Biblioteca Municipal. Quero agradecer à
Célia Amaro todo o apoio, o empenho e o profissionalismo que senti
ao longo destes dias; um abraço, também, para a equipa da cultura.
Nestes dias dormi na Residencial Lirius – era mesmo o ambiente
familiar que precisava – até me deu para desenhar no quarto. Até
já.
Comentários
Enviar um comentário