Penamacontos
Um encontro
de narração oral
esperamos que perdure
levando
histórias ao interior do País
A narradora
(e escritora) Rosa Gonçalves (lembram-se dos “Contos
d'algibeira”?) convidou-me para esta primeira edição do
Penamacontos, um encontro de narração oral que promete vir a mexer
Penamacor. Foi um fim de semana de canícula atmosférica e calor
humano nos lugares por onde passei. A sessão de contos teve lugar no
lar da Senhora do Incenso nos arredores da Vila. Protegidos da
temperatura exterior, um grupo de gente mais velha escutou as nossas
histórias. Bem, alguns estavam mais adormecidos, mas os outros
participaram bem no nosso encontro. Gosto sempre de cantar uma
modinha e o resultado foi a resposta que escutei – um fadinho de
quadras singelas. Como insistiam em cantar o fado, entremeei a as
tiradas das duas mulheres com quadras cantadas de António Aleixo,
variando o tema de acordo com o conteúdo que elas iam desfiando.
Pelo meio contei algumas histórias curtinhas. A Rosa levou o adufe e
lá fizemos algumas brincadeiras em conjunto. Gostei muito do trato
das funcionárias do lar; a comunicação e afeto com os idosos é
muito boa, para além de terem sido muito afáveis connosco. É muito
importante que o Município apoie este encontro; são eventos como
este que, aos poucos, dão visibilidade ao interior e fazem acontecer
com a população momentos de riqueza humana. Um cheiro de figueira
prenhe chegava pela varanda. Perguntei se poderia levar alguns figos
comigo e lá fomos cumprimentar as árvores do Lar; com a ajuda da
Rosa e do Batiste (músico dos “Poémios”), rapidamente enchemos
um saco. Senti-me um Djidiu (Griot – contador de histórias e
tocador de kora) que, tradicionalmente na Guiné Bissau, recebe como
paga simbólica pelo seu trabalho um balaio de djakatu (legume
guineense); pois aqui em Penamacor recebi uns belos figos...
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