Djam bai!
Ilustração para a capa de "Pinok e baleote"
No dia 2 de novembro
partirei para Mindelo, Cabo Verde, para participar no Festival
Mindelact. Agradeço, antecipadamente a João
Branco e à curadora Ana Sofia Paiva por este convite que assume a
forma de um regresso. Em 1980 tive a oportunidade de passar em Cabo
Verde, dias luminosos que marcaram decisivamente o meu percurso
artístico e individual, além de terem aberto as portas à mediação
cultural junto da diáspora cabo-verdiana. É nesse período que
nascem a exposição“Pinturas de uma viagem a Cabo Verde”, a
minha primeira exposição individual, apresentada em 1983 em Lisboa.
Algures nesses dias, também nasceu Djon, fidju di Taresa e Matias ou
heroi de “Pinok e Baleote”, o meu primeiro livro infanto-juvenil,
já na 4ª edição. É muito possível que em breve edite este livro
em crioulo através de uma conhecida editora da cidade da Praia.
Tenho a certeza que as crianças das escolas da Assomada, que têm
lido o meu livro, iriam adorar. Aliás graças ao esforço de Inês
Ramos, livreira residente em Santiago, a minha obra vem sendo
divulgada. Se tudo correr bem, arranjaremos um pedacinho para
partilhar o “Pinok” na Feira do Livro que acompanha o Mindelact.
A minha primeira atuação será no dia 4 de nevembro, num serão com
diversos narradores internacionais. No dia 6, espera-me uma sessão
com crianças... É certo que contarei os “Purkinhus” ou o “Posu”
em crioulo e outros contos do meu reportório em Português. S.
Vicente foi a minha primeira ilha, nessa viagem em 1980, depois iria
conhecer Santo Antão, Santiago e a Djar Fogu (Fogo), ilha decisiva
nesta relação. A 11ª ilha deste arquipélago, a Cova da Moura,
conhecia-a depois, vou lá amiúde – cimenta esta relação
especial com a comunidade cabo-verdiana. No Mindelo conheci o Vasco
Martins e escutei o Travadinha a tocar com o Armando Tito no
“Canalinho” (…) Foi a ilha onde conversei mais com as pessoas
(e desenhei), caminhando daqui para ali e dando umas belas
mergulhaças onde agora é um estaleiro. Um dia conto-vos com mais
detalhe sobre as outras ilhas onde fiz várias amizades. Onde terei
posto os rolos de fotografia?...
Mas o companheiro mais importante nesta relação com Cabo Verde é o Lalaxu ( Horácio Santos), mestre contador de histórias.
Mas o companheiro mais importante nesta relação com Cabo Verde é o Lalaxu ( Horácio Santos), mestre contador de histórias.
Acrílico s/papel 1983
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