Centro de Apoio Social do Pisão: Doença mental e mediação criativa
Já há algum tempo que venho colaborando com o Centro de Apoio
Social do Pisão (Alcabideche/Santa Casa da Misericórdia de Cascais),
experimentando estratégias criativas que contribuam para a reconstrução e
estabilização interior dos utentes desta histórica instituição. É um trabalho
que desenvolvo com muito gosto, lado a lado com um pequeno grupo de técnicos que
aprendi a admirar. Uma relação que surgiu nas oficinas de mediação com públicos
especiais do Museu Gulbenkian e teve continuidade em sessões formativas que
decorreram em Alcabideche. Da educação artística à mediação do espaço museológico do Pisão, passando pela mediação do livro e da leitura. A nossa
última sessão, que decorreu numa bela sala, cheia de luz e vista desafogada
para a serra, incidiu sobre as memórias esquecidas ou longínquas dos residentes
na instituição. Usando os diferentes sentidos (nesta oficina o olfato e o
paladar) promovemos a palavra, a verbalização do que foi vivido. Um pequeno
exercício de desenho ajudou na tarefa de procurar no passado. O próximo ateliê
das memórias será sobre a escuta (audição).
De repente ficou um vazio. Deixámos de ouvir a voz do Senhor
Amadeu, companheiro utente do Pisão, sempre opinativo, participante e muito
criativo. A minha pequena homenagem a esta boa pessoa que passou pelas nossas
vidas.
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