Assim são os "Dias do desassossego"...

 Um sábado ensolarado saudou um valente punhado de sussurradores que se lançaram de tubo na mão, pela baixa de Lisboa, partilhando ao ouvido poesias de Fernando Pessoa e outras da sua lavra. Rua dos Bacalhoeiros fora, entrando em lojas e cafés, pelas arcadas do Terreiro do Paço, passando pelo Martinho da Arcada e terminando sob o arco da Rua Augusta. Alguns estrangeiros estranharam o grupo e afastaram-se com medo, afinal somos “guerrilheiros das palavras”, uns terroristas muito perigosos. Também dei com um alfacinha de cara fechada a quem, face à recusa maldisposta, ofereci uma folha contendo pensamentos de José Saramago sobre a salvação da alma humana. Outros transeuntes paravam com um sorriso, disponibilizando orelhas para a nossa invulgar iniciativa. Houve quem sussurrasse em Alemão ou em Espanhol… E foi bonito ver aquela variedade de sussurradores vindos de vários lugares a que se juntaram os amigos do Júlio de Matos, afirmando o caracter inclusivo do dia. Toda esta azáfama começou durante a semana e na própria manhã de sábado, em oficinas de escrita poética e construção plástica. De manhã, enquanto se decoravam os sussurradores ao gosto de cada um, falou-se muito sobre a nossa língua e da importância de atravessar o oceano, estreitando laços comuns. Uma palavra de apreço à incansável Dora Conceição, sempre com um sorriso atenta aos nossos singulares poetas sussurradores - Obrigado.

Assim são os “Dias do desassossego”…
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Os noivos tiveram direito a uma sussurradela de Amor...
Os Sussurradores do Desassossego!

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