Rio de Mouro na ponta dos dedos...

Hoje, quero dar-vos conta de um desafio que tenho abraçado ao longo deste ano letivo no agrupamento de escolas de Rio de Mouro, dando apoio a duas unidades de ensino especial, por iniciativa da divisão de educação da câmara de Sintra. Na EB 1/JI de Rio de Mouro n.º 1 estou a colaborar com a unidade de ensino especial, onde acompanho um grupo de crianças com diferentes problemáticas, trabalhando com eles sobretudo a comunicação potenciada pela relação, lançando mão de diferentes recursos de mediação. É uma boa equipa de assistentes operacionais e professores…às vezes acho que não tenho nada para ensinar neste trabalho... tenho aprendido bastante. Quando se trabalha com autismo os resultados não são visíveis imediatamente; o ritmo é pausado, paciente e a atitude persistente. Na EB 1/JI de Rio de Mouro n.º 2, escola de referência para crianças invisuais e de baixa visão, estamos a desenvolver um trabalho de integração com quatro turmas, juntando todas as crianças em grandes caçadas às texturas (“Caça-texturas”) partilhando a perceção do mundo nos seus diferentes modos de ver, tocando com os olhos e com as mãos. Um menino que não vê que imagem das coisas faz dentro da cabeça? O que é desenhar com as palavras? Quer dizer que, quando passo com o lápis de cera deitado no chão, é como se tivesse a passar a palma da mão? Há coisas que estão escondidas dos olhos...só os meninos que não vêm as conseguem ver com as mãos? São tantas as perguntas que fazemos para entender melhor o Outro...
Tem sido muito interessante ver o entusiasmo das crianças descobrindo detalhes texturados escondidos ao primeiro olhar: pois existe uma diferença entre olhar e ver…
Ficam aqui algumas imagens desta aventura na ponta dos dedos…
Tocando, propondo a leitura da textura
Não é que os livros da biblioteca escolar também têm textura... 

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