Uma pergunta para bibliotecários...


Tudo bem…são utilizadores. Direi eu a um dos muitos bibliotecários que conheço, mas quero pensar neles sobretudo como leitores. Eu explico a razão da minha inquietação:
Nos últimos anos tenho trabalhado com necessidades educativas especiais em contexto museológico (Descobrir/Gulbenkian) e paralelamente tem crescido em mim a questão das acessibilidades nas bibliotecas públicas. Tenho desenvolvido um conjunto de oficinas pedagógicas procurando tirar conclusões sobre esta problemática e encontrar um caminho criativo e prático exequível na Rede Pública de Leitura.
Bem sei que me vão dizer que têm elevadores, uma rampa para acesso fácil, ou até que trabalham com o teclado Daisy tendo um serviço de referência completamente adaptado a estes cidadãos especiais. Mas aquilo a que me refiro, é à acessibilidade dos conteúdos da biblioteca no que diz respeito à doença mental e défice cognitivo de origens variadas, a par de síndrome de Asperger e Autismo entre outras tantas particularidades. Que fazemos nós para adaptar o nosso serviço de referência a estes cidadãos tão particulares? Que coleção existe disponível para estes utilizadores? Que conhecemos nós de estratégias de mediação leitora que possamos utilizar com estes leitores tão especiais? A nossa sala infanto-juvenil estará preparada para este público? Como mediar a doença mental no espaço de leitura? Que livros escolher para um menino autista? Temos uma resposta profissional?
Bem sei que algumas bibliotecas têm respostas pontuais para estas questões emergentes, que o digam os professores bibliotecários (RBE) que são impelidos a dar uma resposta assertiva aos alunos das unidades de ensino especial. Recordo aqui também as práticas habituais da Rede Pública de Leitura ao receber estes leitores tão especiais, tão parecidos com os outros normais: bibliotecas municipais de Gouveia e Castro Verde, a par de muitas outras que o fazem também sem alarde.
Pergunto se não estará na altura de fazer uma espécie de “carta de boas práticas para leitores com necessidades educativas especiais” reunindo o contributo de todos os bibliotecários e mediadores da leitura num documento que nos sirva de base?
Nos museus Portugueses existe o “Grupo para a acessibilidade aos museus” que tem contribuído para a expansão do conceito de acessibilidade aos bens culturais: não estará na altura de criar um grupo de trabalho de bibliotecários sobre esta questão?
Será que a BAD quer apadrinhar a ideia?

Comentários

  1. Respostas
    1. Claro! só dá um pouquinho de trabalho a alinhavar as questões com clareza....mas a coisa faz-se e fica.

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