Xadrez das Cores
Por
estes dias, recuperei um jogo que comecei a utilizar em 1982 (no meu
pequeno “Ateliê de Artes Plásticas”), trata-se do “Xadrez das
cores” de Kandinski (adaptado a partir da obra de Wassily Kandinsky). Este Xadrez pode ser jogado em dupla, tripla ou quarteto.
Convém construir regras simples e claras de forma a que o jogo seja
o mais inclusivo possível. Desta vez, acrescentei ao jogo dois
dados, um de cores e outro tradicional. Este Xadrez pode ser jogado
em dupla, tripla ou quarteto.
Vamos a isto!
Numa
folha de papel desenhar uma quadrícula. Quanto menor forem os
quadrados, maior será a exigência motora.
Usar
lápis de cor ou marcadores. Lápis de cera ou pastel de óleo, para quadrículas largas.
Versão
1
Utilizar
dois dados; um convencional e outro de cores
Em
cada face do dado de cores colocar círculos co cores
distintas. Usar, por exemplo, amarelo, azul, vermelho, verde, rosa e
roxo. O circulo vazio, representa uma escolha livre de cor.
À
vez, cada jogador lança os dois dados juntos. Se sair, por exemplo,
o número 3 e a cor azul, o jogador poderá colorir (com azul) três quadrados
em qualquer parte do tabuleiro. Se sair, por exemplo, o
número 5 e o círculo vazio, o participante poderá desenhar 5
quadrados com cores escolhidas por ele.
Ganham
todos, quando o desenho quadriculado terminar.
Versão
2
Um
dado clássico.
Cada
jogador escolhe lápis ou canetas de feltro de cores diferentes –
disputará o jogo sempre com o mesmo naipe de cores. O dado ditará o
número de quadrados que deverá preencher, usando as suas cores.
Neste
jogo rodos ganham e é importante que nenhum jogador desista até o
desenho estar completo (fica bastante bonito...). Um bom jogo para treinar o foco e a calma;
muito interessante para crianças apressadas ou com pouca motricidade
fina. Com as crianças mais obsessivas na cor, promover a diversidade
cromática. Encorajar as crianças enquanto se joga.
O
jogador mediador pode ir falando de diferentes aspetos do fenómeno
da cor, ou história das cores, enquadro vão jogando. O resultado
final é muito vistoso; aproveite para partilhar imagens do trabalho
de Kandinski, Vieira da Silva ou Paul Klee, promovendo o dialogo.
Paul Klee - "Pintura de Maio" |
Uso mais umas quantas versões deste jogo. Para promover o conhecimento mais profundo da cor, introduzo uma regra, em que é permitido aos jogadores sobreporem cores com a caneta de feltro, de forma a obter novo tom: magenta + amarelo = vermelho, azul ciano + vermelho = roxo (…). Também, se tornarmos obrigatória a não repetição de cores, promovemos o aparecimento de outros tons e meios tons.
Usei
este jogo numa versão preto e branco (promovendo a descoberta dos
diferentes pretos e cinzas) em 2006 nas oficinas pedagógicas do
Centro de Arte Moderna da FCG (com Adriana Pardal), que acompanharam
a exposição “Convocação I e II (Modo Maior e Modo Menor) de Fernando Calhau. Em
2014 voltei a esta mesma versão nas oficinas de férias da Páscoa
do Museu Gulbenkian.
Este
jogo permite criar diferentes versões. Pode até ser jogado de forma
parecida com as “damas”. Sabendo que as crianças adoram fazer
batota, que tal desafiá-las a criarem as suas próprias regras,
coerentes, de forma a que todos possamos jogar com equidade?
Pronro.
Agora apropriem-se da ideia, criando outros pontos de vista!
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