Em busca de uma biblioteca inclusiva
Aproveito a boleia de uma semana onde muito se vai falar de
inclusão nas bibliotecas escolares de Sintra (RBE Seminário Bibliotecas Inclusivas – Secundária Leal da Câmara), para vos dar conta dos últimos desenvolvimentos
do projeto “Leituras diferentes” (com origem em financiamento do Município de
Sintra, através da sua divisão de educação) que decorre em 3 escolas do
Agrupamento de Escolas Monte da Lua e na EB 1 de Mem Martins (AE Ferreira de
Castro). No AE Monte da Lua, de momento, estamos a trabalhar em torno da
identidade, construindo uma autobiografia (textos e imagem) com ajuda da comunidade e acenando ao futuro. No final, o trabalho terá a aparência de um cartão de cidadão gigante (de corpo inteiro).
Um cartão de cidadão de corpo inteiro, ainda em construção, na escola D. Fernando (Sintra)
A cada sessão com os alunos especiais, aparece sempre um livro,
decorrendo a atividade no pólo da biblioteca escolar da Sarrazola. Durante a
semana da leitura, os alunos especiais de Colares puderam desfrutar (na
primeira fila) dos encontros que organizámos partindo do meu último livro (Rimas Salgadas).
Tanto na Secundária de Santa Maria como na escola D. Fernando o trabalho
decorre na sala de ensino especial onde estou a partilhar duas ferramentas que
conheci através dos professores bibliotecários: Voky e Tagxedo (obrigado professores!). Em Mem Martins começámos pela “Máquina da poesia” adaptada a
um sistema simples de pequenas caixas, que permite que às crianças que não têm a aquisição
da escrita completa participem em pé de igualdade com outras de um nível mais
avançado. Aqui tratou-se de adaptar uma ferramenta de escrita criativa aos
alunos especiais sendo o trabalho desenvolvido no contexto da biblioteca
escolar, com a turma toda, ou seja, de forma inclusiva. Estas iniciativas
decorrem até final do ano letivo nos dois agrupamentos de escolas de Sintra e,
a seu tempo, partilharei aqui no blogue notícias sobre o desenvolvimento do
trabalho, bem como algumas conclusões extraídas da prática.No entanto poderei apontar já algumas ideias surgidas com o
contributo da Biblioteca Municipal de Torres Vedras onde, em paralelo com o
programa escolar acima apresentado, venho desenvolvendo o meu trabalho de
mediação leitora e necessidades educativas especiais.
-É importante que os responsáveis de balcão ( “serviço de
referência”) possuam formação sobre estes leitores incomuns. O mesmo se aplica
(pelo menos) aos professores bibliotecários ou técnicos das salas
infanto-juvenis.
-Talvez se possa pensar em introduzir discretamente em cada
ficha de livro, alojada no programa informático de empréstimo e pesquisa, uma referência
que ajude na tarefa de acolhimento e aconselhamento de leitura (ou
utilização),por exemplo: “muito útil com autismo”. À medida que a coleção for sendo
testada (livros, jogos, CDs), é importante criar uma ficha simples de
exploração para o profissional que faz o acompanhamento do utilizador no espaço
de leitura – Isto ainda faz mais sentido se a escola for de referência para uma
determinada deficiência. Ir conhecendo a coleção da biblioteca à luz deste
ponto de vista dá-nos liberdade e segurança na mediação leitora …
-O segredo não está só na coleção, depende fundamentalmente da qualidade da mediação leitora, na capacidade de comunicação do interlocutor no espaço de leitura.
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Só agora tive conhecimento deste projecto, mas desde já aproveito para dizer que estão de parabéns...
ResponderEliminarObrigado! Tem sido um trabalho de mineiro...
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