Sussurrar poesia em Fitares/Rinchoa
Desarrumando a biblioteca escolar com a "Máquina da poesia"
Sou adepto dos projetos em continuidade, aqueles que lançam
práticas "duradoras para o futuro. Vem este curto desabafo a propósito do
projeto “Leituras diferentes” que decorre no agrupamento de escolas escultor
Francisco dos Santos (Rinchoa/Fitares), resultante de uma candidatura da
unidade de ensino especial a uma medida financeira disponibilizada pela Divisão
de Educação da Câmara Municipal de Sintra, que vem acompanhando ativamente a
problemática das necessidades educativas especiais no tecido escolar do
Concelho. Este é já o terceiro ano de intervenção e convívio com os docentes de
ensino especial no agrupamento. Já houve tempo para errar, para refletir e
ousar novas ideias, sempre na perspetiva da inclusão. Uma das nossas ambições é
a difusão de algumas metodologias aplicadas com os alunos especiais junto de
turmas consideradas “normais”. Ao mesmo tempo, ao intervir ativamente na
escola, não só queremos mudar mentalidades com, também, combater o isolamento
pedagógico do nosso trabalho especializado no contexto da comunidade escolar. Sendo
um projeto de mediação leitora com alunos diferentes, queremos envolver, cada
vez mais, a biblioteca escolar, por a considerarmos um recurso precioso no todo
da escola onde é possível lançar mão de metodologias não formais- não se lê em
profundidade por obrigação e é necessário um tempo e um espaço para que a
leitura faça sentido.
Os sussurradores na biblioteca escolar
No início do ano, lançámos a “Máquina da poesia”,
funcionando a par com a ferramenta “sussurrador”. Pelo meio temos realizado
sessões de mediação leitora junto dos nossos alunos especiais da unidade, um 5º
ano inclusivo e uma turma de PCA (curricula alternativos). Gosto tanto de ver
os docentes entusiasmados com estas ideias – os jovens estão a escrever! Nada disto
seria possível sem o empenho evidente dos professores. Falta-nos, ainda,
implementar o empréstimo domiciliário ativo junto dos nossos jovens com menos
elasticidade social e dificuldades cognitivas. Afinal, a biblioteca é a casa de
todos os leitores, diferentes como só um leitor sabe ser.
Comemorando o Dia Mundial da Poesia, os nossos alunos
invadiram a escola sussurrando pequenos poemas da sua autoria aos ouvidos da
comunidade escolar: percorreram corredores, entraram na secretaria, no
refeitório, até a Cristina, a diretora do agrupamento, teve direito a um poema
personalizado. Uma palavra amiga e reconhecida para outros professores,
sobretudo de expressão plástica, que contribuíram para que os sussurradores
fossem feitos com os dedos da imaginação. Uma sugestão aos professores de português: experimentem
a nossa “Máquina da poesia” (nós explicamos como funciona), vão ver que os
vossos alunos serão levados à escrita poética de uma forma fluida. Já agora…não
têm curiosidade de saber que livros estamos a usar junto dos nossos leitores?
Pois, perguntem na biblioteca escolar.
a professora Cristina teve direito a uma sussurradela pessoal
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