Para um casal do interior...
Falaste-me da planície e do espelho de água tremeluzente ao
fundo da paisagem. Falaste e eu só olhei para ti, para o verde dos teus olhos
que se interpunha entre mim e a miragem.
Pensei…Como vamos sobreviver na planura sem mais nada senão
a ternura dos dias que se vão sucedendo? Será que tudo isto é excessivamente
vazio ou existem razões escondidas no reverso do tronco dos sobreiros?
Reinvento todos os dias o horizonte, semeando alentos que me fazem ficar por
aqui, pois a tua pele cheira exatamente como este lugar onde me encontro,
espiando de soslaio a sombra do teu ombro. E fico. Fico um pouco mais, à espera
do voo e do teu arrulhar discreto no beiral que é nosso teto. E de repente surge uma reação ilustrada (pintura) ao meu texto. Ora espreitem a ilustração da Rute Reimão. obrigado.
...tão bonito.
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