Contornos da Palavra

Este foi o segundo ano em que participei no encontro “Contornos da Palavra” em Viana do Castelo. Tenho trabalhado sempre com turmas consideradas difíceis… acho que este ano correu bastante bem. Claro que sempre existe alguma fricção com um ou outro aluno que mantém uma atitude mais incorrecta, mas habitualmente consigo estabelecer a comunicação e a partilha de algumas leituras que faço e acho interessantes para estes jovens (CEF). Este ano houve até uma situação comovente com um jovem que acabou por confessar na sessão a sua inadaptação a Portugal; preferiria estar no país de imigração com a família. Muito das atitudes com que nos confrontamos junto destas turmas têm a ver com o sofrimento interior dos jovens que incapazes de o resolver “assentam baterias” contra nós, educadores. No primeiro ano de participação no encontro foi muito difícil o trabalho no agrupamento de Darque, valeu-me um professor de hotelaria sereno que aderiu totalmente à minha proposta. É preciso planear muito bem a intervenção, escolher bem os textos e manter uma atitude comunicativa próxima, passando a ideia de que a Biblioteca Escolar é um local interessante para se estar, diferente da condição de ensino formal inevitável da sala de aula. Daí a importância de pensar muito bem na colecções das bibliotecas escolares para que exista um pólo de interesse efectivo. Sei que não é fácil, pela dimensão das Bibliotecas Escolares, criar um espaço específico para os jovens mas uma postura comunicativa do “balcão de atendimento” (serviço de referência) ajuda muito. Estamos todos (professores e mediadores) á procura do melhor modo de fazer este trabalho com os jovens… Uma característica do trabalho em Viana do castelo é a presença constante dos Professores Bibliotecários e um apoio efectivo da Biblioteca Municipal: sentimo-nos sempre muito acompanhados.

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