Projecto Columbina 2011: Beja e Castro Verde

(Direitos reservados SPA 17777)

Quando pensei o “projecto Columbina” deparei com algumas interrogações e resistências de entidades com quem falava… ou porque era a “Gripe das Aves” ou uma logística "demasiado complicada" ou ainda, "os Columbófilos nunca irão aderir á ideia". A “utopia” teve lugar na Biblioteca Municipal de Beja, lugar onde sempre se traçam horizontes para a promoção do livro e da leitura, entendendo a sociedade que nos envolve. Melhor ainda… O lugar onde trabalha um técnico de bibliotecas com profundo Amor pelas Columbinas: Nelson Batista. Provavelmente, este projecto não teria voado tão alto se não fosse o Nelson, entendendo a beleza do gesto de soltar uma pomba com um poema, tal e qual o poeta Al-Mu'tamid fazia quando soltava as aves com belas palavras amarradas às patas, na direcção de Silves, onde morava a sua favorita. O Amor tem destas coisas…
Nelson Batista
Se eu disse “Mata!”, Cristina Taquelim disse “Esfola!”, e num ápice as pombas atravessaram os céus com poemas de crianças, de poetas populares e outros menos convencionais. Se no primeiro ano o “projecto Columbina” apenas voou entre Salvada, Santa Vitória e Biblioteca de Beja, este ano os pombos riscaram suas rotas por Tavira (“Maré de Contos”), Castro Verde e Beja. Já começaram a ter interesse em expandir este voo poético a Pombal e Montemor-o-Novo e mais uns quantos percursos, no ano que vem, em Tavira. Como dizia o “Zeca”: “Traz um amigo, também”.
Em Castro Verde, começámos logo no “Dia Mundial da Poesia”, usando a minha “Máquina” para criar poemas para os fieis mensageiros alados…e a coisa correu muito bem com as escolas do ensino básico. Outra coisa não seria de espertar de uma Biblioteca Municipal que tem à frente um homem que gosta de animais. Quando conheci o José Eduardo, tinha um coelhinho branco no gabinete do bibliotecário: Achei logo que poderia contar com ele para estas minhas “loucuras” relacionadas com animais. Foi importante conhecer a Ana Isabel que trabalha lá na "Casa dos livros"; discretamente, faz acontecer tudo numa generosidade que todos deveríamos ter quando trabalhamos na promoção do livro e da leitura. Está visto que em Castro Verde fizeram a coisa em grande, convidando o poeta popular Manuel Mira, tendo mesmo preparado um lanchinho lá no terreiro da Columbófila.
E lá vão eles em direcção a Beja!
O "lanchinho"
A presença pedagógica dos nossos Columbófilos foi muito a imagem do nosso evento. Basta lembrar as palavras esclarecedoras do senhor Simão nas escadarias da biblioteca de Beja, antes da solta dos pombos, para entender que para além de poesia também se falou deste desporto tão particular e tão exigente. E foram muitos os columbófilos envolvidos no Dia Mundial do livro infantil, data em que os pombos de Castro Verde se cruzaram no céu com os outros vindos de Beja. Aqui vos deixo algumas fotografias do nosso dia 2 de Abril.
 O senhor Simão explica a todos oa Columbofilia
Os nossos amigos
Colocando as mensagens nas patinhas dos pombos
Preparados para soltar as aves?
Recolhendo as mensagens na aldeia columbófila
Lendo...
E lendo...
Sinopse detalhada (SPA 17777)

O elemento central deste projeto é o pombo-correio que conta com muitos aficionados espalhados pelo nosso país reunidos em sociedades columbófilas. A ideia base é simples: levar e entregar mensagens de um lado para o outro. Só que essas mensagens serão poemas escritos por crianças e adultos que assim trocarão correspondência entre uma escola e uma biblioteca ou com um grupo de amigos noutro concelho. O projeto voa desde 2009 envolvendo cidades como Tavira, Beja, Castro Verde e, recentemente Odemira.
A primeira tarefa do projeto é convencer os columbófilos de duas cidades ou vilas a colaborar na ideia. Existem muitos detalhes na columbofilia que devem ser debatidos antes do grande voo. A programação deste segmento do projeto é rigorosa. Logo aqui começa o envolvimento de um grupo que habitualmente não participa em iniciativas culturais, trazendo as suas famílias para o coração da ideia. A Columbofilia está a envelhecer e esta ideia pode trazer novos adeptos a esta prática. O ponto de solta dos pombos deverá ser sempre um equipamento cultural ou educativo sendo o ponto de chegada um pombal perto de uma escola, uma biblioteca ou um centro cultural. É precisamente nessas estruturas culturais que terão lugar as oficinas de construção poética “Máquina da poesia”, oficinas simples de escrita imaginativa dedicada a todos que acham que não sabem escrever e entender poesia. Com a duração de 90 minutos, estas oficinas poderão envolver crianças, adolescentes ou adultos e delas resultará um conjunto de pequenos papeis com textos escritos que posteriormente serão “agarrados” às patas dos pombos mensageiros no dia da solta. A leitura das mensagens será feita à chegada dos pombos em voz alta, numa comemoração comunitária. Este culminar do projeto tem tido diferentes desenhos, desde exposições e ilustração de textos, fotografias (cada menino com o seu pombo), um grande lanche…


Comentários

  1. Achei esta ideia o máximo!!!:)

    Há pessoas que fazem das tripas coração para a promoção da leitura, bem hajam meus patricios do Alentejo:)

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    1. Obrigado! Atenção que em 2013 voltaremos a ter Columbinas no Alentejo!

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