Regresso à "Cor das histórias"
"Eu sou Tu" - EPR Montijo (foto autorizada)
Recomeço amanhã com as minhas sessões de mediação da leitura e da escrita em estabelecimentos prisionais. Chegarei de manhã ao EPL (Lisboa), deixarei os meus pertences ao guarda da recepção, passarão o detector de metais pelo meu corpo e depois, o barulho de ferro do gradão. Levarei objectos perigosos no meu saco “andarilho”: Livros. Cumprindo o seu dever, o guarda investigará o conteúdo do saco. Vou conhecer um grupo novo de presos e os meus olhos tentarão logo identificar os futuros leitores entre um grupo de rapazes agitados e fustigados pelas marés da sua existência. Começarei com coisas simples, contos; depois pegarei na palavra num pingue-pongue de comunicação. Na mão, Álvaro de Magalhães (“O Brincador”), para explicar o ofício da escrita. Começa agora uma outra existência dentro da minha vida que se prolongará por um ciclo de seis sessões entre muros. Quando terminar, espero ter feito leitores e poder ler os textos lavrados na reclusão como janelas abertas aos céus. “Le ciel est, par-dessus le toit,Si beau, si calme (…)” Paul Verlaine
nunca haverá palavras suficientes
ResponderEliminarpara dar conta do valor do trabalho do silêncio
dos silêncios
ocultados de todos
menos do que de nós
conta
até breve :)
Nem sei bem que te responda... Obrigado Zé pela visita a este espaço.
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