Palavras marcianas

Tenho um carinho muito especial por esta oficina pois foi a primeira a ser integrada no programa de itinerâncias da DGLB, pensada na Beira Alta (Vale de Madeiros) e ensaiada na Biblioteca de Mangualde. Conferida pelos meus pares nas primeiras "Palavras Andarilhas" em que participei.
Trata-se de um jogo em torno dos dicionários, com duas equipas que enviam mensagens em banda desenhada entre elas. Ora vejam:
"Os Marcianos chegam à Terra e falam com palavras muito estranhas…
São palavras difíceis e pouco comuns do Português. É caso para dizer: Que língua é essa tão estranha que me é tão familiar? …Obtuso, Empedernido, Ocaso, Afoito,Lesto... Eis alguns vocábulos que os nossos marcianos utilizam, deixando-nos completamente baralhados. Que farão os habitantes da Terra para entenderem estas criaturas? E como farão para comunicar? Na biblioteca existe um livro mágico que vai salvar a humanidade: O Dicionário!
Num primeiro momento o mediador explica os fundamentos do jogo, dividindo o grupo em duas equipas. A equipa Marciana terá que emitir mensagens em Português difícil com a ajuda de um dicionário. As mensagens serão enviadas em folhas A4 onde figura um simpático alienígena com um balão de banda desenhada a ser preenchido com a comunicação. A equipa Terrestre, que descodificará as mensagens recebidas com a ajuda do “livro mágico”, terá que responder em Marciano, para que os nossos simpáticos visitantes os possam entender. Esta equipa usará uma outra folha A4, onde aparece uma menina terrestre com um balão de BD pronto para ser preenchido com as suas mensagens. Será um vai e vem de mensageiros entre os dois grupos, instalados em locais diferentes da biblioteca.À volta da mesa, uma azáfama, folheando aquele livro gordo: -Estás atónito? (Estás espantado?) Eu aprecio-te muito! (Gosto muito de ti!) Dá-me um ósculo! (Dá-me um beijo!)
No final, o grande encontro entre “Terráqueos” e “Marcianos”. Colam-se as folhas do diálogo, em sequência, numa parede, dando corpo a uma pequena banda desenhada.
Sobre a actividade…
Usando o jogo colectivo como método, parte-se à procura da língua Portuguesa, de acordo com o grau de maturação de cada grupo. Para um nível etário mais baixo, dos 10 aos 15, os objectivos corporizam-se na descoberta de novos vocábulos e sua grafia, a par de todo o debate que aos poucos vai nascendo sobre o significado e sentido das palavras. Com esta actividade também se promove o hábito e o método de pesquisa, tão importante para outras aquisições futuras, ao desvendar o “código de acesso” que o dicionário impõe. Quanto aos adultos, considerando um universo de estudantes, professores e bibliotecários, outras reflexões poderão ocorrer, pensando nesta ferramenta como ponto de partida para uma conversa sobre a língua Portuguesa:
- O dicionário como livro de “autor”, propondo uma visão unilateral da língua Portuguesa.
- O dicionário como instrumento normalizador da língua.
- Como escolher um dicionário?
- Que relação entre este livro e uma pesquisa na Internet?
- Que actividades posso promover à volta do dicionário?
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