Tenho um irmão que me ensinou...
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Dragões e uma ida ao oceanário...
O projeto “Leituras diferentes”, que decorre em dois
agrupamentos de escolas em Sintra, ganhou hoje outra dimensão com a
apresentação dos meus livros às turmas do 4º ano da EB 1 do agrupamento
Ferreira de Castro (Mem Martins). A biblioteca escolar Margarida Botelho
encheu-se de crianças irrequietas que lá foram escutando os meus disparates e
algumas perguntas difíceis (adoro fazer perguntas…) sobre a criação literária e
a natureza da mentira. Claro que discutimos a possibilidade da existência de dragões, levantada pela leitura do conto "Os dragões das Furnas". Acho que ninguém se chateou… De tarde, foi a vez de estar com os meninos e meninas da
unidade de ensino especial: contei, cantei e ilustrei ao vivo (uma ida ao Oceanário). Tenho a certeza
de que ficaram com uma ideia mais completa sobre o trabalho dos artistas.
Oficina "Caça -Texturas" em Castelo Branco
No passado fim de semana, integrado na iniciativa “chão de
ferro”, fiz a minha oficina “Caça Texturas” em Castelo Branco. Foi um prazer
participar neste evento proposto por Jorge Portugal e coordenado pela associação cultural Lupa. Parabéns a todos! Um
conjunto de propostas transversais que partiram das tampas de ferro dos esgotos
e águas pluviais, reunindo artistas e estudiosos numa ideia original. E houve
espaço para tudo: da arqueologia industrial (com depoimentos de operários), à
música contemporânea passando por uma curiosa oficina de impressão a partir das
tampas, como se fossem chapas de gravura ( Raubdruckerin). Vale a
pena espreitar o sítio no facebook. Ainda está patente no Cineteatro Avenida uma
exposição dos 420 trabalhos das crianças que capturaram texturas pela cidade e
uma mostra de fotografia de Jorge Portugal (quase um levantamento total das
tampas de ferro de Castelo Branco…).
Aspecto da exposição no Cineteatro Avenida - foto de José Lopes Nunes
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terça-feira, 28 de abril de 2015
Aqui há coelho...
A coelhinha da sala de ensino especial
Risadas na biblioteca escolar
Pois hoje foi um dia de grande azáfama de escola em escola,
em Sintra, intervindo nas unidades de ensino especial. A manhã começou na
Escola D. Fernando (Sintra-Vila) de volta da identidade e da importância dos
adjetivos no retrato e no autorretrato, sob o olhar atento da coelhinha Kity (a
mascote da sala). No final da manhã fomos até à biblioteca escolar para
trabalhar nos computadores com o programa Voky – todos entenderam como é
importante saber escrever (mesmo de forma simples) para que a personagem criada
consiga falar. Uma ferramenta digital muito útil para o desenvolvimento da
escrita junto das necessidades educativas especiais. Foi bastante divertido!
(ver “O corpo das ideias”)
À tarde estive na biblioteca escolar da EB Escultor Francisco dos Santos em Fitares com os alunos da professora Florinda (5º ano - inclusivo) para mais uma sessão do “Leituras diferentes”. Acho que gostaram do "Ladrão de Galinhas..."
Apresentando o "ladrão de galinhas"
sexta-feira, 24 de abril de 2015
Estrada fora, na carrinha dos Cabeçudos...
Pois ontem foi o Dia Mundial do livro e lá andei pelas
estradas da região saloia na carrinha da Livraria Cabeçudos. Tudo bem…Rui, o meu
condutor/livreiro, é atento à estrada e à conversa…por sinal de grande
qualidade. Lá estivemos com as crianças da Carvoeira e da Silveira em animadas
sessões, algumas bastante filosóficas. Gostei sobretudo da conversa sobre o
amor que surgiu na escola básica da Carvoeira. A certa altura o tema passou a
ser “o que devem os autores escrever para as crianças?”. As opiniões
dividiram-se, autónomas, num conhecimento expresso que Agostinho da Silva entenderia bem
ao deparar-se com estas meninas e meninos sábios… E quem seria capaz de
imaginar 100 crianças muito atentas e bem comportadas escutando um
escritor/ilustrador sentadas no chão do Centro Paroquial da Silveira? Assim se reconhece, nas duas escolas, a qualidade do trabalho desenvolvido pelos docentes. Este périplo
por terras de Torres Vedras teve como tema o meu livro “Dacoli e Dacolá”. Como
sempre, fiz o meu acordo: Vocês perguntam e eu também vos ponho questões.
Afinal os escritores também servem para fazer pensar…
Cada grupo desenho a personagem "Mariazinha" à sua maneira...
Lindos estes desenhos a partir do conto "A menina que escutava as pedras"
Fazendo uma ilustração ao vivo...
segunda-feira, 20 de abril de 2015
100 anos sobre o genocídio do povo Arménio
Autorretrato com a mãe - Arshile Gorky
Como o tempo passa depressa… Há dois anos atrás, lembro-me
de ter tirado uma fotografia com a minha mãe para enviar ao meu pai que estava
na América, aqui mesmo, junto ao mercado de Van. Nunca tinha visto um fotógrafo... uma máquina de fole, cenários pintados. Eu, com o melhor fato que tinha,
flor branca na mão, apanhada nos campos que encimam a cidade. Ela trouxe as
suas vestes antigas - da tua avó! – explicou-me enquanto ajeitava o meu casaco
para a pose. Um clarão e ... já está! E carta lá seguiu pelo correio... Hoje, as ruas estão apinhadas e alguns
homens discursam inflamadamente no mercado; os seus olhos estão pintados com o
medo. Os soldados russos espreitam nervosos: Van terá de ser evacuada e Yerevan
fica tão longe…9 dias de marcha.
sábado, 18 de abril de 2015
Miríade de histórias
"Esta visita é o culminar de um trabalho colaborativo desenvolvido, ao longo de três meses, pelo Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea de Serralves e a Escola da Ponte, em parceria com a Laredo, intitulado Miríade de Histórias. No lugar de sermos nós, profissionais da educação artística em museus, a ensinar como ver arte contemporânea, pedimos às crianças e adolescentes que participam neste projeto que, através dos seus olhares em formação, nos mostrem como ver de outro modo, sem medo de errar, transportando-nos pela experiência que o encontro com cada obra de arte pode desencadear. Queremos aprender a ver com quem nos visita." (mais aqui)
Com os alunos na escola da Ponte
Tem lugar nova ida ao Museu de Serralves, nova visita
mediada, desta vez por Susana Tavares e Joana Macedo, com a intenção de apresentar
aos alunos outra exposição como ponto de apropriação coletivo para uma posterior
partilha. A exposição escolhida foi “Arquitetonização” de Mónika Sosnowska (Polónia). Gostei, particularmente, do recurso
escolhido pelas duas mediadoras ao propor a construção de óculos (mágicos) para
que o olhar sobre as peças fosse novo, inventando momentos de interpretação
dentro do museu. Passou o tempo necessário para o germinar das ideias e
regressámos á escola. Nem sei bem descrever aquele encontro na sala das
expressões onde refletimos todos, alunos, professores e mediadores, numa
situação de horizontalidade absoluta, sobre aquilo que vamos fazer no domingo. Escutámos
histórias escritas a partir das obras expostas e opiniões das crianças sobre
aquilo que sentiram em contacto com o trabalho de Mónika Sosnowska. A partir daqui, devo guardar segredo e não contar mais nada
sobre aquilo que vão encontrar no museu de Serralves no próximo domingo, a
partir das 11h. São todos bem-vindos!
terça-feira, 14 de abril de 2015
Corpo das ideias: o autorretrato
Na Secundária de Santa Maria (Sintra), iniciámos uma nova
fase do projeto “Corpo das ideias” abordando a questão da identidade, de braço
dado com os adjetivos que nos caracterizam. A manhã foi ocupada com o
autorretrato e a construção de um retrato escrito utilizando a ferramenta
Tagxedo (on line). Os alunos estão entusiasmados. Como não poderia deixar de ser, também
conversámos sobre a vida a partir do livro “Vir ao mundo” (Emma Giuliani)…Há
sempre um livro nas nossas sessões!
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domingo, 12 de abril de 2015
Sussurrar poesia em Fitares/Rinchoa
Desarrumando a biblioteca escolar com a "Máquina da poesia"
Sou adepto dos projetos em continuidade, aqueles que lançam
práticas "duradoras para o futuro. Vem este curto desabafo a propósito do
projeto “Leituras diferentes” que decorre no agrupamento de escolas escultor
Francisco dos Santos (Rinchoa/Fitares), resultante de uma candidatura da
unidade de ensino especial a uma medida financeira disponibilizada pela Divisão
de Educação da Câmara Municipal de Sintra, que vem acompanhando ativamente a
problemática das necessidades educativas especiais no tecido escolar do
Concelho. Este é já o terceiro ano de intervenção e convívio com os docentes de
ensino especial no agrupamento. Já houve tempo para errar, para refletir e
ousar novas ideias, sempre na perspetiva da inclusão. Uma das nossas ambições é
a difusão de algumas metodologias aplicadas com os alunos especiais junto de
turmas consideradas “normais”. Ao mesmo tempo, ao intervir ativamente na
escola, não só queremos mudar mentalidades com, também, combater o isolamento
pedagógico do nosso trabalho especializado no contexto da comunidade escolar. Sendo
um projeto de mediação leitora com alunos diferentes, queremos envolver, cada
vez mais, a biblioteca escolar, por a considerarmos um recurso precioso no todo
da escola onde é possível lançar mão de metodologias não formais- não se lê em
profundidade por obrigação e é necessário um tempo e um espaço para que a
leitura faça sentido.
Os sussurradores na biblioteca escolar
No início do ano, lançámos a “Máquina da poesia”,
funcionando a par com a ferramenta “sussurrador”. Pelo meio temos realizado
sessões de mediação leitora junto dos nossos alunos especiais da unidade, um 5º
ano inclusivo e uma turma de PCA (curricula alternativos). Gosto tanto de ver
os docentes entusiasmados com estas ideias – os jovens estão a escrever! Nada disto
seria possível sem o empenho evidente dos professores. Falta-nos, ainda,
implementar o empréstimo domiciliário ativo junto dos nossos jovens com menos
elasticidade social e dificuldades cognitivas. Afinal, a biblioteca é a casa de
todos os leitores, diferentes como só um leitor sabe ser.
Comemorando o Dia Mundial da Poesia, os nossos alunos
invadiram a escola sussurrando pequenos poemas da sua autoria aos ouvidos da
comunidade escolar: percorreram corredores, entraram na secretaria, no
refeitório, até a Cristina, a diretora do agrupamento, teve direito a um poema
personalizado. Uma palavra amiga e reconhecida para outros professores,
sobretudo de expressão plástica, que contribuíram para que os sussurradores
fossem feitos com os dedos da imaginação. Uma sugestão aos professores de português: experimentem
a nossa “Máquina da poesia” (nós explicamos como funciona), vão ver que os
vossos alunos serão levados à escrita poética de uma forma fluida. Já agora…não
têm curiosidade de saber que livros estamos a usar junto dos nossos leitores?
Pois, perguntem na biblioteca escolar.
a professora Cristina teve direito a uma sussurradela pessoal
terça-feira, 7 de abril de 2015
Leituras diferentes
Foto de Lurdes Cara D' Anjo
Mais uma sessão do projeto “Leituras Diferentes” na EB2.3
Escultor Francisco dos Santos, com o 5º ano da professora Florinda. O regresso
às aulas começou com o dois livros: “Vir ao mundo” de Emma Giuliani (um belo
livro de primavera) e “Mais” de Peter Schössow (um livro cheio de vento). O desafio
do dia foi a escrita imaginativa usando um jogo de dados “Story cubes” como
pretexto para a criação de histórias (faz lembrar o efeito de “A arca dos
contos”), E funcionou – uma boa ferramenta!
domingo, 5 de abril de 2015
A Grande invasão!
Como posso saber se a areia da minha praia está limpa?
Ana Pêgo conduzindo algumas experiências no jardim Gulbenkian
Terminou a oficina “a grande invasão” (oficina do programaDescobrir/Gulbenkian) em torno do perigo do lixo marítimo, com espaço para o
transformar em obras de arte. Uma semana alegre, sem aquela educação ambiental escolarizada;
os conceitos ficam lá todos, enquanto se derrete o plástico para uma pregadeira
ou se prepara uma capa para o caderno de registos aproveitando velhos sacos de
plástico. Gostei de ver as crianças de volta do enorme monte de lixo recolhido
na praia (pela Ana Pêgo), identificando a origem, contando, tirando conclusões.
Esta oficina viveu muito do espírito criativo da bióloga Ana Pêgo, que arrisco a
apelidar “mediadora do mar”: emprestou toda a sua energia criativa e crença à
causa do mar, passando esse espírito às crianças que conviveram connosco ao
longo destes dias. Desta vez tive uma presença mais discreta, apoiando a concretização plástica dos objetos; pelo caminho, também aprendi e fiquei ainda mais consciente
da presença nociva dos plásticos na nossa sociedade. Obrigado Ana.
Ficaram lindas as pregadeiras
feitas com o plástico encontrado na praia!
Um terrível tubarão
prepara-se para devorar um peixinho amarelo
Nos cadernos de registo,
ficaram umas histórias bem divertidas
escritas a partir de criaturas inventadas com plástico abandonado.
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Dia das mentiras!
Pois hoje é dia das mentiras. Um dia que dedico a todos os
contadores de histórias, que o meu amigo Lalaxu apelidada de “mentirosos”. É isso,
passamos a fronteira da verdade para fazer sorrir quem nos escuta ou para fazer
pensar. Mas para discorrer assertivamente sobre o tema da mentira, falta-me
aqui a minha amiga Catarina Requeijo, grande mestre da treta singela, uma turma
do 10º ano da secundária D. Dinis e a minha querida professora Ana Pereira – só
com estas participações, o tema ficaria esgotado, convenientemente. Continuo a
achar “lapidar” a afirmação da Boneca Emília, do “Sítio do Pica Pau Amarelo”
(Monteiro Lobato) que afirma, no alto das suas certezas impertinentes que: “A
verdade é uma mentira tão bem pregada que todo o mundo acredita”. Também o meu
Pinok é um menino muito mentiroso; para além de travar amizade com uma pequena
baleia, o que obviamente é muito pouco possível, é o único mentiroso que
conheço que caiu na sua própria inverdade (palavra muito na moda…). Verdade,
verdadinha, é que “Pinok e Baleote” já vai
na 3ª edição, continuando a seduzir os pequenos leitores com mentirinhas com
sabor crioulo.
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