Sobreda: Tirando contos da algibeira


Eu gosto de boa gente, dedicada, generosa e que sabe o que anda a fazer. Essa nossa gente, quando diz “Vitória, vitória! Acabou-se a história”, sabe que não acabou, coisa nenhuma! Logo, logo, estará a contar mais uma e mais outra, trabalhando a escuta, criando campo fértil para as palavras, para o nascimento de novos leitores que lancem centelhas de luz ao nosso mundo ensombrado pela ignorância e pelo lucro. Precisamos de educar, para que se saiba ler os sinais e os acenos do futuro, traçando outros rumos. Quando nos sentamos a escutar histórias e a contar, somos grupo, alcateia, assembleia...Ágora. E o contador gosta de sentir aquela energia que vem do outro lado, das pernas cruzadas e dos olhos que brilham a cada desenvolvimento do enredo e quando a história chega ao fim, sentem-se felizes pelo mergulho que deram no conto.
É a segunda vez que participo num conjunto de sessões de conto em sequência (exigente...), organizadas pelo coletivo “Contos d' algibeira”, da margem sul, que promove a narração em contexto escolar, com ganas de extravasar para a família, que bem precisa de histórias. Esta segunda -feira estive na EB Elias Garcia (Sobreda), na sua Biblioteca Escolar e contei, cantei, brinquei e perguntei. Também tenho o direito de perguntar, de saber o que é que as crianças pensam sobre o mundo – e como eu gosto de brincar às perguntas e respostas! Haviam de ter visto a cabeça daqueles meninos e meninas a trabalhar a toda a velocidade...Um público de gente pequena, com grande escuta (sessões longas em dia de muito calor...), testemunha o trabalho que os professores sabem fazer na escola pública.

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