PNL 14/20 Forte da Casa


Falando aos jovens em cima de uma cadeira depois de termos desarrumado a sala por duas vezes até nos sentirmos bem...
A Laredo Associação Cultural participa no projeto do movimento 14/20 do Plano Nacional de Leitura: Trata-se um projeto de formação de jovens mediadores do livro e da leitura do Agrupamento de Escolas do Forte da Casa (Vila Franca de Xira), insuflado  pela Professora Bibliotecária Cristina Cunha da Cruz. A Rede de Bibliotecas Escolares, a Biblioteca Municipal da Póvoa de Santa Iria e a Casa da Juventude do Forte da Casa, são também parceiros nesta ideia. 
Sessão de apresentação do Projecto
Depois de uma sessão inicial (sessão zero), formativa, em que partilhei com os docentes da escola e companheiros da Biblioteca Municipal e Casa da Juventude algumas metodologias que iria usar junto dos jovens, explicando os objetivos pretendidos. Dediquei-me ao grupo de jovens selecionado, numa primeira sessão agitada em que começaram a entender o que é a educação não formal e que a leitura pode ser inesperada. Dei vários exemplos de situações de mediação do livro e da leitura vividas, das prisões aos bairros não esquecendo de falar das diferentes exclusões. Do grupo inicial apenas o 10ºano PTAI (profissional) permaneceu. Ao longo de várias sessões fomos abordando o livro de imagens (álbum) e as diferentes formas de o usar em pequenos grupos. Como segurar no livro e as diferentes intencionalidades da mediação. Noutro momento abordámos a narração oral e a sua importância junto de diversos níveis etários e, como ela também contribui para desenvolver a compreensão leitora. A partir de alguns livros específicos, a turma teve a oportunidade de perceber o que é a memória leitora e a antecipação leitora. Noutra sessão dedicámo-nos ao ritmo das palavras das cantilenas simples ao trava-línguas, até desembocar no RAP e no kuduru, pedindo palavras emprestadas aos poetas (Camões, Pessoa e Gedeão). E por aí fomos de texto em texto até que se comoveram com o “Para sempre” de José Fanha. Em todas as sessões partilhei uma dinâmica de grupo, corpo movimento e palavra, “para que pudessem utilizar depois”, mas serviu sobretudo para consolidar o grupo e promover o diálogo horizontal espontâneo, como está acontecer atualmente. Esta é uma turma inclusiva, com jovens de velocidades e culturas diferentes - é esta variedade que lhe confere uma dinâmica e personalidade própria. No dia em experimentaram a Máquina da Poesia, ficaram a conhecer melhor os colegas, surpreendendo-se com o poder de alguns textos. Como seria de esperar o amor e o desejo atravessam a maior parte da produção poética da turma, mas também encontramos versos que transmitem reflexões mais profundas ou frases de evidente sentido estético. De vez em quando surge uma conversa mais profunda, em paralelo num grupo pequeno e não fujo ás questões levantadas, algumas difíceis. Hoje, durante a construção dos tubos sussurradores (para sussurrar poemas), a harmonia e a boa onda foram evidentes. Uma palavra de agradecimento para o professor Luís Santos que tem acompanhado esta turma maioritariamente feminina na aventura da leitura e da escrita, garantindo a continuidade do projeto. Obrigado à minha companheira de trabalho Maria José Vitorino que vai segurando as pontas, para que nada falte nas sessões. Encerrando ciclo, deixei no ar a pergunta - O que gostariam de mediar? Infantil? Álbuns? Contos para os mais velhos? Escrita criativa, agora que já estiveram com a Margarida Fonseca Santos e trabalharam os seus desafios? Ler, apenas ler, como fiz com o Ondjaki? Intervir junto dos colegas da mesma idade?
Pensem e digam-me, que vou continuar a andar aqui por perto...

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