Pisão: uma casa com histórias

Anos cinquenta, quando ainda se chamava Colónia Agrícola e Penal do Pisão
No passado dia 17 de junho orientei um workshop no Centro de Apoio Social do Pisão (Alcabideche) promovendo a mediação do acervo histórico desta instituição. Esta é a minha segunda intervenção nesta Casa dedicada à Saúde Mental; a primeira teve como tema central mediação leitora e doença mental, dando origem a uma formação mais aprofundada sobre o tema que decorreu recentemente no Instituto Nacional para a Reabilitação. Sente-se um interesse crescente, dos profissionais desta área, nas metodologias e recursos propostos pela educação artística e pela mediação leitora. Nesta abordagem ao interessante conjunto de peças históricas que contam a evolução da instituição foi possível encontrar peças expostas que serviram como motor para a escrita imaginativa. Assim que estiver preparado o percurso (e guião de intervenção), o Pisão fica preparado para propor uma visita oficina ao público exterior e, também, um desafio criativo para os seus utentes. Refiro aqui o livro “O Estado Novo e os seus vadios – Contribuição para o estudo das identidades marginais e a sua repressão” de Susana Pereira Bastos (Publicações Dom Quixote) que, juntamente com algumas memórias recolhidas junto dos “mais antigos” da instituição, permitiram criar uma atmosfera narrativa, fundamental para o desenvolvimento da proposta de escrita. Um agradecimento à equipa técnica do Pisão pela sua coragem imaginativa e pelo apoio que me têm prestado no nascimento de novas ideias para a intervenção sociocultural.

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